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Em jantar, peemedebistas cobram presidente e vice
DE BRASÍLIAA presidente Dilma Rousseff foi alvo de duras críticas de peemedebistas na noite de terça-feira, durante confraternização do partido. Presente ao jantar por apenas uma hora, o vice-presidente Michel Temer não foi poupado.
Reunidos na casa do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), peemedebistas sugeriram que Temer se impusesse mais na defesa do partido e interferisse na articulação política do governo.
Para ilustrar o estado de espírito, o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), reproduziu uma máxima do ministro Edison Lobão (Minas e Energia). "Do 4º ao 8º andar do meu ministério só tem um peemedebista, eu", repete Lobão, segundo relato de Raupp.
Sentado à mesa de Temer, o deputado Osmar Terra (RS) avisou que o partido não apoiará a proposta de ampliação do curso de medicina no país. E disse ainda que Temer corre o risco de ser trocado pelo governador Eduardo Campos (PSB-PE) na chapa presidencial do PT.
Do outro lado de Temer, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse que a crise na base se aguçará caso Dilma não tente aplacá-la até o fim do recesso do Congresso, em agosto.
Segundo participantes, Temer disse que a presidente tem, cada vez mais, solicitado sua participação na articulação. Isso apesar de Dilma não tê-lo consultado sobre a proposta de reforma política.
No jantar, deputados do partido acusaram a presidente de empurrar para o Congresso a conta da crise provocada pelos protestos no país, além de exigir sacrifício do partido apesar de excluí-lo do núcleo de decisões.
Os peemedebistas deixaram o jantar com duas propostas de reforma: o fim de doações a candidatos (apenas aos partidos) e a redução do prazo oficial da campanha eleitoral, restringindo-a ao período da propaganda na TV.