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Itália condena acusado de espionagem contra Dantas

Ex-presidente da Telecom Italia diz que vai recorrer de decisão judicial

Invasão a computador de empresa contratada pela Brasil Telecom rende pena de 20 meses de prisão a italiano

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

A Justiça de Milão condenou o ex-presidente da Telecom Italia Marco Tronchetti Provera a 20 meses de prisão por espionagem de dados de um computador numa disputa que travou com o banqueiro Daniel Dantas pelo controle da Brasil Telecom.

Provera, atual presidente da Pirelli, também terá de pagar 900 mil euros (R$ 2,6 milhões) para a Telecom Italia sob acusação de ter maculado a reputação da companhia. A espionagem teria ocorrido entre 2003 e 2006.

"Eu fui condenado por ter entregue aqueles que nos espionavam. Vou recorrer e tenho certeza de que a verdade vai aparecer", disse em nota.

Dantas, que foi alvo de duas operações da Polícia Federal e chegou a ser preso, é considerado vítima de espionagem pela Justiça italiana desde 2009.

PT X DANTAS

O caso envolve uma das maiores disputas societárias da história brasileira e tem ramificações políticas. Dantas havia comprado o que seria a Brasil Telecom junto com a Telecom Italia e três fundos de pensão no processo de privatização do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998. A empresa custou R$ 2 bilhões (equivalente hoje a R$ 7,3 bilhões).

Quando Lula assumiu a Presidência, em 2003, petistas que participavam do Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil que era sócio de Dantas, aliaram-se aos italianos para tentar tomar o controle da companhia.

Dantas revidou. Contratou a Kroll, que se apresenta como um grupo de "consultoria de riscos", para saber o que os executivos italianos estavam planejando.

Em 2004, a Folha revelou que a Kroll interceptara e-mails de Luiz Gushiken, ministro de Comunicação do governo Lula, e gravara imagens de um encontro de Cássio Casseb, presidente do Banco do Brasil à época, com executivos da Telecom Italia num hotel em Lisboa.

Dantas disse na Justiça que o CD com os e-mails havia sido adulterado para servir de base para a primeira operação da PF contra ele, a Chacal, na qual ele era acusado de espionagem. Ele acabou inocentado dessa acusação.

Numa espécie de espião versus espião, a equipe de segurança da Telecom Italia contratou um hacker para invadir o computador da Kroll. Foi por causa dessa invasão que Provera foi condenado a 20 meses de prisão. O executivo, porém, não irá para a cadeia por ser réu primário.

PROPINA

A condenação não encerra as investigações italianas sobre a companhia.

Em março de 2010, um ex-executivo da Telecom Italia contou à Justiça que a empresa havia gasto 10 milhões de euros (R$ 29 milhões) com propinas para políticos e policiais no Brasil.

Para apurar essa suspeita, o ministro do Supremo Antonio Dias Toffoli autorizou a quebra do sigilo do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que investigou e prendeu Dantas na Operação Satiagraha. Protógenes acusou a mulher de Gurgel, a subprocuradora Claudia Sampaio, de ter recebido R$ 280 mil para acusá-lo.


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