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O papa no Brasil

Em carro aberto, papa passará por região de protestos no Rio

Pontífice muda planos e marca desfile para saudar fiéis antes de autoridades

Trajeto escolhido para chegada de Francisco preocupa segurança oficial; atiradores de elite serão posicionados

DO RIO

Após rever seu esquema de segurança por rejeitar veículo blindado nos deslocamentos, o papa Francisco decidiu que fará passeio em carro aberto pelas ruas do centro do Rio assim que desembarcar na cidade, na segunda-feira.

A agenda do pontífice, divulgada no início de maio, previa que ele seguiria de carro fechado da Base Aérea do Galeão, na zona norte, para o Palácio Guanabara, sede do governo, onde será recebido pela presidente Dilma Rousseff, pelo governador Sérgio Cabral e diversos convidados.

A mudança nos planos foi anunciada ontem. A Folha apurou que o papa informou aos organizadores da viagem que não queria que seu primeiro contato no Brasil fosse com autoridades, mas sim com a população.

Francisco seguirá da Base Aérea para a Catedral Metropolitana, no centro, onde trocará o carro fechado por um papamóvel, percorrerá algumas ruas e voltará ao carro fechado diante do Theatro Municipal, na Cinelândia.

O trajeto de Francisco é, em alguns pontos, semelhante ao das manifestações que deixaram rastro de destruição no centro da cidade. Só depois deste percurso ele segue para o Guanabara.

O trânsito na região será modificado a partir das 14h. O papamóvel será acompanhado por batedores, oito carros com policiais federais e agentes que seguirão à pé ao lado do veículo.

ATIRADORES DE ELITE

Os responsáveis pela segurança de Francisco destacaram 90 atiradores de elite do Exército, Polícia Federal e Bope (Batalhão de Operações Especiais), da Polícia Militar do Rio, para protegê-lo, em uma operação que é tratada entre eles como "de guerra".

Militares das Forças Especiais do Exército, vindos de Goiânia, além dos policiais federais e do Bope, estarão no alto dos prédios do centro.

Esses agentes também acompanharão a passagem do papa pela favela de Varginha, em Manguinhos, zona norte, na quinta-feira e durante os encontros em Guaratiba, onde será encerrada a Jornada Mundial da Juventude no próximo final de semana.

Em Copacabana, atiradores estarão no alto de alguns prédios da orla e outros dois agentes seguirão o papamóvel em helicópteros militares.

Pelo menos um dos carros do comboio terá policiais armados com fuzis. Representantes do Vaticano pediram a dispensa do carro, mas a PF não autorizou, já que o papamóvel não será blindado.

Outra decisão tomada pela Polícia Militar do Rio é a de ocupar quatro favelas na zona oeste no período em que o papa estiver na cidade.

As comunidades ficam a 15 quilômetros do local onde o pontífice celebrará a missa em Guaratiba.

O reforço na equipe de atiradores foi decidido ontem pela manhã, horas antes de ser anunciado o percurso do papa pelas ruas do centro.

Desde o início das manifestações, há pouco mais de um mês, os setores de inteligência dos órgãos federais e do Estado do Rio foram contra o deslocamento de carro do papa pelas ruas do Rio.

Analistas de Exército, PF e Abin (Agência Brasileira de Inteligência) chegaram a desaconselhar a realização da recepção no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio por considerar o local inseguro para as autoridades.

Mesmo que o papa não seja o alvo dos manifestantes, os analistas consideram um risco ter o pontífice no meio de uma manifestação.

Ontem, o governador Sérgio Cabral, principal alvo dos protestos, confirmou que a recepção irá ocorrer. "O papa vai ser recepcionado com todo amor, respeito e dignidade no Rio, mesmo por seguidores de outras religiões. O clima será de fraternidade, amor e carinho", disse.


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