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Francisco brinca com jornalistas e afirma que 'Deus é brasileiro'

Avesso à imprensa, papa diz que é cansativo dar entrevistas, mas cumprimenta repórteres com tiradas bem-humoradas

Pontífice afirma que crise global não é gentil com os jovens e ameaça criar geração que nunca conseguiu um trabalho

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Os 70 jornalistas a bordo do "volo papale" esqueceram a imparcialidade no encontro com papa: em fila no corredor para cumprimentá-lo, pediram para abençoar terços, mencionaram familiares e deram presentes --imagens de santos, livros e bandeiras.

Em troca, receberam um forte aperto de mãos, um rosto sorridente e tiradas bem-humoradas. A uma jornalista brasileira, falou da "decepção" com um papa argentino: "Deus já é brasileiro, e vocês queriam o papa? Vocês não se conformam com nada?".

A outro brasileiro, perguntou: "Vocês dizem que a Argentina tem um papa argentino. E vocês, o que têm?" Ele mesmo respondeu: "Eu".

Avesso à imprensa, o papa não aceitou perguntas, rompendo uma prática de Bento 16 e João Paulo 2°. Ele riu quando uma repórter mexicana disse que os jornalistas não eram seu "santo de devoção": "E agora você está na jaula do leão", brincou ela.

"É verdade que não dou entrevistas. Não sei o motivo, simplesmente não posso, é cansativo", disse após negar que se sentisse "enjaulado".

Numa breve declaração antes do início da Jornada Mundial da Juventude, o papa ressaltou a importância dos idosos. Chamou-os de "o futuro de um país" e disse que, tal como os jovens, sofrem com uma "cultura descartável".

DESEMPREGO

"Os jovens neste momento estão em crise. Estamos acostumados a uma cultura descartável. Fazemos isso frequentemente com os idosos; com a crise, estamos fazendo o mesmo com os jovens."

"Algumas vezes somos injustos com os mais idosos, lhes deixamos de lado como se não tivessem nada para nos dar. É verdade que [os jovens] são o futuro de um povo porque têm energia. Mas não são o único futuro. Os velhos também. Os jovens são o futuro porque são jovens, e os idosos, porque têm a sabedoria da vida", declarou.

Para Francisco, a crise pode provocar um desemprego estrutural na juventude: "É verdade que a crise global não é gentil para os jovens. Li, na semana passada, quantos estão sem trabalho. E eu acho que corremos o risco de criar uma geração que nunca terá trabalhado. O trabalho dá dignidade à pessoa e habilidade para ganhar o pão".

O encontro com o papa durou cerca de uma hora, enquanto o avião Airbus 330 da Alitalia sobrevoava o deserto do Saara. O "anúncio" foi feito pela chegada de alguns seguranças, que ficaram a postos nas duas pontas dos corredores da classe econômica, destinada aos jornalistas.


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