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O papa no Brasil
'Black bloc' vandaliza SP em apoio a cariocas
Em solidariedade a atos contra o governador Sérgio Cabral, manifestantes depredam bancos e metrô na Paulista
PM só agiu 1 hora após o início dos ataques, lançando bombas contra grupo; Alckmin também foi criticado
Um protesto em apoio às manifestações cariocas contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) terminou em vandalismo na região central de São Paulo, lembrando os protestos mais violentos de junho.
O ato reuniu cerca de 300 pessoas (segundo a Polícia Militar), a maioria adepta da estratégia de protesto anticapitalista "black bloc", que prega a destruição do patrimônio privado.
Os manifestantes --muitos mascarados e de preto-- depredaram 13 bancos, a estação Trianon-Masp, uma loja de carros, semáforos e um furgão da TV Record.
A polícia só interveio uma hora depois. "A orientação é não causar confronto", disse à Folha um soldado.
Os manifestantes se concentraram por volta das 18h no vão do Masp, na avenida Paulista. De lá, saíram em marcha no sentido Paraíso, tendo à frente uma faixa com os dizeres "Vaza Cabral".
Um grupo abriu outra faixa que dizia "Fora Alckmin". Foi repreendido por outros participantes, com o argumento de que a pauta do dia era o governador do Rio, mas conseguiu aval para seguir.
Outro grupo puxou gritos de "Alckmin, pode esperar, a tua hora vai chegar".
"O povo do Rio hoje não pode ter voz. Mas quero dizer que essa manifestação é pacifica", disse um rapaz, sendo vaiado e sufocado pelos gritos de "sem pacifismo".
O vandalismo começou assim que o ato deixou o Masp, às 19h. Um grupo arrancou o corrimão de uma agência do Itaú e o usou para destruir a fachada deste e de outros bancos. Em algumas agências foram destruídos computadores, mesas e cadeiras.
Apesar dos gritos de "só banco", eles depredaram equipamentos públicos, como semáforos, relógios e canteiros. Cabines da PM foram arrancadas e usadas como escudos.
A marcha seguiu pela av. 23 de Maio. Manifestantes invadiram um ônibus e o atravessaram no meio da pista Congonhas, bloqueando-a.
A PM só atuou quando a marcha já estava na 23 de Maio, lançando bombas de gás contra o grupo atacou o furgão da Record. A corporação negou que tenha demorado a agir. Disse que chamou reforços quando notou que o protesto deixou de ser pacífico.
Convocado pelo Facebook há uma semana, o ato ocorreu em outras capitais, como Porto Alegre.