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Servidor é suspeito de vazamento de informação
Atual chefe anticorrupção é acusado de ter alertado investigado sobre ação da PF; ele nega
Alvo de mandado de busca e apreensão numa operação da Polícia Federal, o secretário de prevenção à corrupção da Controladoria-Geral da União, Sérgio Seabra, é suspeito de ter falado ao telefone com uma funcionária da CGU sobre a apuração de desvios de recursos da educação e, minutos depois, ter repassado informações sigilosas sobre a investigação.
Segundo a polícia, a voz de Seabra, à época assessor de controle do Ministério da Educação, foi apontada por uma servidora da CGU como parecida com a do interlocutor que alertou um dos investigados. Gravada pela PF, a conversa foi "em códigos".
A Operação Sinapse foi deflagrada na semana passada para desarticular quadrilha suspeita de ter desviado, de 2009 a 2012, R$ 6,6 milhões de recursos do MEC repassados ao Instituto Federal do Paraná (IFPR) com contratos superfaturados e serviços não prestados. O reitor da instituição foi afastado do cargo e é o principal suspeito de ter recebido informações privilegiadas da investigação.
As suspeitas da PF se fundamentam em depoimentos da então chefe da CGU no Paraná, Alzira Angeli. Trabalhando atualmente no governo do Distrito Federal, Alzira reiterou à Folha que, à época, a voz que ouviu pareceu com a de Seabra.
OUTRO LADO
O secretário da CGU nega com veemência ter vazado qualquer informação e afirmou que "desconhecia que a PF estava no caso". "Só fui saber quando bateram na porta da minha casa." Seabra se diz convencido de que as suspeitas da PF se fundamentam num mal-entendido provocado pela servidora da CGU.
"Ela não foi categórica em dizer que a voz naquela gravação é minha. Não é nem podia ser. A ligação [para o investigado] foi feita de um orelhão em São Paulo e minutos depois falei com ela de Brasília", diz Seabra, afirmando não ser preciso nem fazer perícia para comprovar que ele não falou com o investigado.
Seabra confirma que recebeu o reitor do IFPR em Brasília, a exemplo de outros representantes de instituições.
"Espero que se esclareça logo essa história porque acho muito importante a parceria entre CGU, PF e Ministério Público." Seabra permanece no cargo e com o apoio do comando da controladoria.
A CGU disse que Seabra nada mais fazia que o próprio trabalho de ligação entre o órgão de controle e entidades ligadas ao MEC.