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Análise

Tarefa de sucessor de Gurgel é modernizar e descentralizar ação do Ministério Público

FREDERICO VASCONCELOS DE SÃO PAULO

Rodrigo Janot terá como desafios superar o isolamento do Ministério Público Federal, reverter o desgaste político da gestão Roberto Gurgel, modernizar o órgão e recuperar a autoestima de procuradores e servidores. Não deverá inovar no caso do mensalão, cujo desfecho depende do Supremo.

Janot superou vários obstáculos até a confirmação do seu nome. O primeiro foi a candidatura de última hora da subprocuradora Ela Wiecko, tornando-o opositor de três mulheres (Wiecko, Deborah Duprat e Sandra Cureau) numa eleição em que a condição feminina era tida como cacife.

Wiecko e Duprat dariam nova face à Procuradoria-Geral, com ênfase nos direitos humanos e nos movimentos sociais. Janot é especialista em direito comercial, meio ambiente e do consumidor.

Outro embaraço foi a demora na indicação. Dilma Rousseff manteve a tradição de valorizar a lista tríplice da associação de procuradores, na qual foi Janot foi o mais votado, mas só o fez quatro meses após receber os nomes.

A campanha foi profissionalizada. Janot foi criticado por contratar empresa de relações públicas. Boca de urna virtual a favor de Ela Wiecko repetia que a presidente teria "a chance histórica de indicar a primeira mulher ao cargo".

Janot comandará o Conselho Nacional do Ministério Público, cuja nova composição terá só homens, com o fim do mandato de três conselheiras.

O mineiro vem da turma do "tuiuiús", formada pelos ex-procuradores-gerais Cláudio Fonteles, Antonio Fernando e Roberto Gurgel, que fizeram oposição a Geraldo Brindeiro, o "engavetador-geral" de processos no governo FHC. Mas a rivalidade interna perdeu expressão.

Em tentativa de descentralizar poderes, Janot quer criar cartório no gabinete do procurador-geral para ordenar entrada e saída de processos.

O exercício do cargo é um dos mais difíceis, pelo volume de atribuições, por liderar procuradores com independência funcional e por investigar e denunciar políticos com direito ao foro privilegiado.


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