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País enfrenta crise de 'liderança' política, diz Campos a empresários
Governador cita contradições do governo Dilma, mas não define sua posição em 2014
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse ontem em palestra a empresários do setor da construção civil em São Paulo que o Brasil vive uma "crise de representação", que se evidenciou nos protestos que ocorrem no país desde junho.
Campos, potencial candidato à Presidência da República no ano que vem, falou também em crise de "liderança'' política no Brasil e no mundo, apontou várias "contradições" do governo Dilma Rousseff e problemas na condução da política econômica.
O governador foi convidado pelo Secovi, o sindicato da construção civil. Retomou, assim, encontros com o empresariado que havia suspendido nos últimos meses.
Para o pessebista, deveria ter sido construída uma "nova agenda" no país depois de 2010, o que não ocorreu, levando a um "descompasso'' entre as demandas das ruas e os serviços públicos.
Ele citou problemas de infraestrutura, criticou a repartição de recursos entre União, Estados e municípios e defendeu parcerias público-privadas, o que agradou a plateia.
Questionado sobre a chance de reeleição de Dilma, ele repetiu que é preciso saber qual será a agenda. "Numa dinâmica de reeleição, se um governo não vai bem, se a sociedade deseja mais, o governante tem problemas de reeleição'', disse, sem se referir diretamente à presidente.
Em entrevista, Campos disse que "velhas alternativas" terão problemas em 2014. "É melhor ter alguém que tenha sinergia, identidade com o que está aí na sociedade, do que apostar nas velhas alternativas, que, me parece, vão ter grandes dificuldades."
Questionado sobre se a avaliação se aplicava a ele, disse que valia para todos que representam "renovação", mas repetiu que o PSB "não tem posição tomada".
A performance do governador foi elogiada pelos empresários. Claudio Bernardes, presidente do Secovi, o chamou de "grande estadista''.
"Todo mundo parte da suposição de que um dia ele vai ocupar a Presidência da República. Deu a sensação de que a candidatura é inexorável", disse Aluizio Fagundes, do Instituto de Engenharia.