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Peregrinos que vieram ver papa querem ficar no país

Cerca de 40 pessoas decidem não voltar ao fim da Jornada Mundial da Juventude

Estrangeiros justificam pedido de refúgio por perseguições religiosas e conflitos armados em seus países de origem

DO RIO

Aproximadamente 40 peregrinos decidiram não voltar a seus países ao fim da Jornada Mundial da Juventude e pediram refúgio às autoridades brasileiras.

De acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), entre as razões apresentadas para o pedido de refúgio, estão casos de perseguições ligadas a questões religiosas e a existência de conflitos armados em seus países de origem.

"Meu pai foi morto por ser cristão e sempre disse para minha mãe que isso poderia acontecer com nossa família. Sendo também cristão, a Jornada Mundial da Juventude foi a única oportunidade que tive para conseguir um visto e sair do meu país", disse um jovem de 24 anos de Serra Leoa (África), em entrevista ao site do Acnur no Brasil.

O rapaz, não identificado pelo Acnur, contou que deixou em seu país a mãe e oito irmãos. De acordo com a agência da ONU, no Rio de Janeiro, há 12 pedidos de refúgio associados a perseguições religiosas.

Outro peregrino, um paquistanês que vivia perto de Islamabad com seus pais e quatro irmãos, disse aos representantes do Acnur que pretende estudar no Brasil para ser ordenado padre.

"Não temos dados específicos sobre esse tema, pois muitas vezes as questões religiosas se misturam com perseguições associadas a motivos políticos. Faremos um acompanhamento detalhado desses casos, pois o pedido de refúgio devido a questões religiosas é uma questão complexa de ser decidida", afirmou o representante do Acnur no Brasil, Andrés Ramirez, no site da entidade.

A Jornada Mundial da Juventude foi promovida no Rio de 23 a 28 de julho. Segundo o Acnur, além dos pedidos feitos no Rio, outros cinco peregrinos procuraram a Arquidiocese de São Paulo em busca de refúgio.

As solicitações foram feitas por peregrinos do Paquistão, de Serra Leoa e da República Democrática do Congo.

Os pedidos estão sendo analisados pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça. Para que tenham seu pedido de refúgio aceito, os peregrinos serão entrevistados por oficiais do Conare.

O grupo é assistido pela Caritas Arquidiocesana do Rio, órgão ligado à CNBB voltado ao atendimento de populações marginalizadas. A Caritas tem um programa de assistência a refugiados em parceria com o Acnur.

Cinco deles estão morando em uma casa que a Caritas mantém no Rio. Outros estão hospedados por voluntários da Jornada Mundial da Juventude.


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