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Chuvas amenizaram um pouco a seca no Nordeste

DANIEL CARVALHO ENVIADO ESPECIAL AO INTERIOR DE PERNAMBUCO

Agricultores pernambucanos aproveitaram a chuva moderada do primeiro semestre para plantar milho, feijão e capim, o que não foi possível durante os dois últimos anos por força da pior seca das últimas cinco décadas.

O marrom dos galhos secos deu lugar ao verde em algumas localidades visitadas há dez dias pela Folha. Em Pernambuco, 131 dos 185 municípios ainda estão em situação de emergência em razão da seca. Em muitos, a estiagem começou ainda em 2011.

Valdomiro Lopes, 67, plantou capim e milho em Arcoverde (PE): "A situação estava péssima. Não tinha água nem pasto. Passei dois anos sem plantar. Em março a coisa começou a melhorar".

O que planta alimenta a família e três vacas magras, compradas após a volta tímida da água. Antes da seca Lopes tinha 14 animais: vendeu oito e seis morreram. Se antes cada uma custava R$ 2.000, agora as três não valem mais que R$ 4.000.

Mas a colheita ainda não anima: "Agora vai secar de novo. Chuva só em fevereiro".

No início de agosto, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse que os agricultores precisavam guardar água: "O pessoal perdeu a cultura de fazer, no período chuvoso, produção de alimento para o animal e reserva de água".

Lopes disse ter tentado seguir as orientações: "Tem quatro meses que pedi a cisterna, mas não chegou".

Durante a seca, o agricultor construiu um barreiro (escavação para reter provisoriamente a água da chuva), mas ele não encheu. No período, o que manteve a família foi a loja que a mulher de Lopes tem na cidade. "Viver de roça? A gente morria rápido demais", indignou-se.

No limite entre Pesqueira e Sanharó, a chuva foi suficiente para que Cícero Calado, 47, plantasse milho e feijão: "Não passei fome, mas teve gente que passou".


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