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Pesquisa mostra que apoio às manifestações cai em SP

Rejeição aos protestos foi de 8% para 21%, mas aprovação continua alta

Segundo o Datafolha, 89% são contra uso de máscaras nos atos e 59% desaprovam armas com balas de borracha

DE SÃO PAULO

Embora a taxa de aprovação aos protestos de rua em São Paulo continue alta, a parcela dos paulistanos que afirma ser contra as manifestações quase triplicou no intervalo de dez semanas.

Pesquisa Datafolha realizada quarta-feira mostra que 21% da população da capital desaprova os protestos.

Num levantamento similar em 27 e 28 de junho, logo após o auge das grandes passeatas, os que declaravam contrariedade somavam 8%.

A pesquisa atual também mostra um grande sentimento de antipatia pelo uso de máscaras por parte dos manifestantes. Entre os paulistanos, 89% são contra o uso da peça e 9% são a favor.

No sentido inverso, a aprovação aos protestos caiu 15 pontos percentuais. Antes, 89% afirmavam ser a favor dos atos. Agora são 74%.

O índice de opiniões favoráveis é maior entre os homens (77% a 70%); atinge seu pico entre os mais jovens (84% no grupo dos que têm 16 a 24 anos); e cresce conforme aumenta a renda e a escolaridade dos entrevistados.

Há pelo menos três grandes diferenças visíveis entre as manifestações de agora e as do mês de junho.

A primeira está no tamanho dos protestos. Três meses atrás, as passeatas ocorriam em mais cidades e eram quase sempre maiores, muitas vezes com a adesão de milhares de pessoas.

A segunda diferença está na motivação dos atos. Por terem sido atendidas, algumas das reivindicações objetivas de junho desapareceram.

Exemplos disso são os pedidos de redução de tarifas do transporte, pleito aceito por vários prefeitos, e a rejeição à PEC 37, proposta de emenda constitucional para tirar poder de investigação do Ministério Público que acabou derrotada no Congresso.

A terceira diferença está na violência dos manifestantes. Conforme os adeptos da tática "black bloc" foram assumindo a hegemonia na liderança dos protestos, as manifestações pacíficas foram ficando cada vez mais raras.

Apesar disso, não é possível dizer que o aumento da rejeição aos protestos esteja associado à sua violência.

Na pesquisa de quarta, o Datafolha voltou a perguntar sobre o comportamento de manifestantes e policiais. Para 78%, os manifestantes estão sendo mais violentos do que deveriam, índice idêntico ao apurado numa pesquisa feita em 13 de junho.

O que pode ter aumentado, na opinião dos entrevistados, foi a violência policial. Antes, 40% achavam que os policiais eram mais violentos do que deveriam. Agora, 45% pensam assim. O uso de armas com balas de borracha pela polícia também é reprovado pelos paulistanos: 59% são contra, 38% são a favor.

O Datafolha ouviu 832 pessoas. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. (RICARDO MENDONÇA)


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