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Análise

Rivais devem explorar peso de ministros indicados por Dilma

VERA MAGALHÃES EDITORA DO PAINEL

Graças ao critério da antiguidade, que determina que seja o último a votar nas sessões plenárias, Celso de Mello ficará marcado como o responsável pelo acolhimento de embargos infringentes, que, na prática, postergam a conclusão do julgamento do mensalão.

Há porém, um outro recorte, mais político que matemático, a preocupar o Palácio do Planalto e que deve ser usado pelos adversários de Dilma Rousseff nos debates eleitorais que já começaram: foram os dois ministros indicados pela presidente para a corte já durante o andamento do julgamento que ajudaram a formar a maioria favorável à admissibilidade dos recursos.

Reservadamente, pré-candidatos a presidente já fazem o cálculo segundo o qual a continuidade do julgamento, com a ampla cobertura que vem recebendo da imprensa, até a véspera da eleição é um prejuízo e tanto para Dilma.

Os aliados da presidente concordam com o risco de desgaste, mas ponderam que, da mesma forma, se o caso tivesse se encerrado agora e os antigos próceres petistas fossem presos nos próximos meses, as imagens seriam igualmente associadas ao partido e, consequentemente, à candidatura de Dilma a novo mandato.

Diante de tal quadro, em que algum estilhaço é considerado inevitável, a ordem é manter distância regulamentar do outro lado da Praça dos Três Poderes.

A frase de Dilma anteontem, segundo a qual decisões tomadas por "agentes da lei" devem ser protegidas de pressões, já é uma vacina para as esperadas tentativas de colar nela as decisões do Supremo Tribunal Federal.

Há, ainda, um efeito colateral a mais para o PT: com a prorrogação da análise do mensalão, deve demorar ainda mais para que o STF julgue em plenário o mensalão mineiro.

O processo implica figuras do PSDB, como o deputado Eduardo Azeredo, e poderia igualar o jogo ao mostrar que a gênese do valerioduto se deu no ninho tucano, em Minas Gerais.

Enquanto a presidente tenta se desvincular ao máximo da decisão da corte e dos votos dos ministros por ela indicados, deverá caber a setores do PT a defesa mais direta dos principais petistas condenados, como fez nesta semana o ministro Gilberto Carvalho.

Para essa narrativa é fundamental que o STF derrube, durante a análise dos infringentes, a condenação por formação de quadrilha, que atingiria a linha mestra da acusação feita pelo Ministério Público, reconhecida por Joaquim Barbosa em seu voto e acatada pela maioria da corte --maioria esta que os dois últimos indicados por Dilma já deram mostras de que devem modificar.


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