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Dilma mantém suspense sobre ministério

Presidente contraria ala do PMDB que tenta assumir controle da Integração e indica secretário da pasta como interino

Fernando Bezerra saiu do cargo ontem, após o PSB deixar o governo; Dilma rejeita pressão, dizem interlocutores

NATUZA NERY TAI NALON GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA

Após pressões públicas do PMDB pelo comando da Integração Nacional, a presidente Dilma Rousseff desagradou a setores do partido ao manter suspense sobre quem assumirá o lugar de Fernando Bezerra no ministério.

Na pasta desde 2011, Bezerra oficializou ontem a demissão do cargo após sua legenda, o PSB, decidir romper uma aliança de 11 anos com o governo do PT.

O desembarque do PSB aguçou a cobiça do PMDB pela vaga antes mesmo que Bezerra deixasse o posto e que Dilma abrisse negociações para escolher um substituto. Os peemedebistas do Senado praticamente "nomearam" o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) como ministro enquanto a presidente visitava os EUA, na semana passada.

O próprio senador chegou a falar em consenso em relação ao seu nome. "Meu maior prêmio é ter recebido do meu partido uma indicação de consenso. Isso passa a ser, a partir de hoje, tarefa dos dirigentes do meu partido para ver se o cargo cabe ao PMDB. Estou cumprindo uma forte agenda legislativa", afirmou.

A Integração é uma forte máquina eleitoral nos Estados do Nordeste --possui diversos investimentos na região em obras de irrigação do semiárido.

Ante a ansiedade da bancada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), precisou pedir um encontro com Dilma Rousseff, mas saiu ontem do Planalto sem resposta definitiva.

Após a reunião, ela telefonou ao vice-presidente da República, Michel Temer, também do PMDB, combinando conversarem a respeito, sem, no entanto, marcar data.

Interlocutores palacianos afirmam que a presidente pode até decidir pela nomeação de Vital do Rêgo, mas não tem pressa nem vai agir sob pressão de ninguém. Não está descartada uma definição somente em dezembro, quando o governo fará sua última reforma ministerial antes da campanha pela reeleição.

A própria articuladora política do Executivo, ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que "quem escolhe ministro é a presidente Dilma". "O cargo e o tempo são dela. Ela sinaliza que é um ministério técnico, que vai ensejar uma solução mais demorada", disse.

Com o suspense, o PMDB no Congresso começou a recarregar suas críticas à presidente, após semanas de armistício com o governo.

Enquanto Dilma não decide, assume interinamente a pasta o engenheiro Francisco Teixeira, secretário de Infraestrutura Hídrica. Ele é afilhado político do governador Cid Gomes (PSB-CE), que deixa o PSB justamente por discordar da opção da sigla por romper com a presidente.

Na nota em que se despediu de Bezerra, Dilma carregou mais que o habitual nos agrados. "Saiu o ministro, mas ficou o amigo", disse.

O gesto evidencia o esforço do governo de não queimar as pontes com o PSB e, assim, manter abertas as portas para um eventual apoio no ano que vem.


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