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PF associa três deputados a grupo suspeito de fraudes

Parlamentares teriam ligação com doleiro investigado por lavagem de dinheiro

Agenda e ligações telefônicas indicam pagamento de comissão a congressista tucano; caso é remetido ao STF

FERNANDA ODILLA FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA

A Polícia Federal pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que abra uma investigação para apurar o possível envolvimento de deputados federais com o esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão desbaratado na Operação Miqueias.

Waldir Maranhão (PP-MA), David Alcolumbre (DEM-AP) e Eduardo Gomes (PSDB-TO) são acusados pela PF de manter algum tipo de relação com o doleiro Fayed Traboulsi, suspeito de comandar o esquema que teria desviado cerca de R$ 50 milhões.

As investigações apontam que a quadrilha oferecia vantagens indevidas a prefeitos e gestores de previdências municipais para que eles investissem em fundos suspeitos. Segundo a polícia, a organização usava modelos para atrair políticos para o esquema.

Os parlamentares citados negam envolvimento com o esquema investigado pela PF.

O tucano Eduardo Gomes está de licença da Câmara e atualmente ocupa a Secretaria de Esporte do Tocantins.

Além de conversas telefônicas de alguns congressistas com integrantes da quadrilha, a PF identificou valores lançados numa agenda de Traboulsi, o que levantou a suspeita de um suposto pagamento de comissão a Gomes.

"De fato, variados diálogos interceptados indicam um estreito vínculo dos líderes da organização criminosa com prefeitos. Em vários áudios ficou evidente que o local onde funciona a Invista Investimentos é constantemente frequentado por gestores municipais", diz o relatório da PF ao mencionar uma conversa entre Gomes e o doleiro.

No diálogo, gravado em outubro de 2012, Gomes avisa que já está chegando e que o prefeito de uma cidade do interior de Tocantins está indo em outro carro.

Apesar de destacar que, até agora, os deputados "em momento algum assumiram a posição de investigados", a PF identificou "provas" que "apontam para o possível envolvimento desses parlamentares federais com os objetivos da organização investigada", nas palavras do desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal.

Por isso, o TRF da 1ª Região determinou a remessa imediata das investigações ao STF para que o tribunal decida sobre abrir ou não a investigação em relação aos políticos, que têm foro privilegiado.

A decisão do desembargador surpreendeu tanto os policiais quanto o Ministério Público Federal, que apostavam no desmembramento da operação.

Ou seja, só seria enviada ao STF a parte referente aos deputados federais.

Além dos três deputados, há suspeita de participação de pelo menos um governador, cujo nome é mantido sob sigilo pela PF, prefeitos e servidores públicos no esquema.


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