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Marina fala como candidata, mas deixa decisão para hoje

Convidada por 8 partidos, ex-senadora pode se filiar no último dia para 2014

Após derrota da Rede, segunda colocada nas pesquisas afirma que agirá para quebrar 'polarização na política'

RANIER BRAGON MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA

Adotando discurso de candidata após ter tido o registro de seu partido negado pela Justiça Eleitoral anteontem, a ex-senadora Marina Silva decidiu anunciar apenas hoje se permanece na disputa à Presidência em 2014.

Após maratona de reuniões que atravessou madrugada, manhã e tarde de ontem, e sob críticas pesadas de apoiadores, Marina disse estar inclinada a trabalhar para "quebrar" a atual polarização política no país e "aposentar de vez a Velha República".

"Vai pesar na minha decisão a disposição dos que estão preocupados com a ideia de que a gente tem que quebrar a polarização oposição por oposição', situação por situação'", afirmou a ex-senadora, sem citar PT e PSDB, que desde 1994 dividem a disputa pelo Palácio do Planalto.

Ela tem o convite de oito partidos, mas tem considerado de forma mais consistente, segundo aliados, o PPS, com quem deve ter encontro na manhã de hoje. A única resistência a ser superada seria a atuação da sigla na votação do Código Florestal, que contrariou o setor ambientalista.

Interlocutores de Marina também afirmaram que ela foi procurada por integrantes do PSB do governador Eduardo Campos (PE), pré-candidato à Presidência.

A decisão será tomada hoje, no prazo limite para que os candidatos às eleições do ano que vem se filiem a partido.

"Esse manejo é que estamos fazendo: como manter princípios e coerência e darmos uma contribuição para o Brasil", disse Marina, ao ser questionada se não achava incoerente a filiação a outras legendas ante o discurso de que a montagem de seu partido visava a renovação da política.

Ela disse ainda estar vivendo um "grande desafio pessoal". "Já me deparei com situações complexas na minha vida. A primeira foi quando perdi minha mãe. A segunda foi o processo difícil de sair do PT e a terceira está sendo essa decisão".

Desde fevereiro empenhada na montagem da Rede Sustentabilidade, Marina viu sua pretensão de disputar o Planalto pela sigla naufragar anteontem, após o Tribunal Superior Eleitoral barrar o registro da sigla devido à insuficiência das assinaturas de apoio apresentadas.

A derrota foi contundente: 6 votos a 1 no tribunal. Após sair da corte, a ex-senadora iniciou uma reunião de seis horas com aliados que só terminou de madrugada, às 5h.

O encontro teve bate-boca entre ela e o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos seus principais articuladores, que questionou a sua capacidade administrativa para montar a sigla, e trocas de críticas entre outros integrantes da Rede.

"O que aconteceu na reunião tinha a ver com o momento de tensão, onde várias pessoas estavam colocando seus posicionamentos", disse Marina ontem à tarde.

Nessa reunião noturna começou a divisão entre os aliados sobre o futuro da ex-senadora: um grupo, que inclui familiares, como a filha Moara, e militantes mais jovens da Rede, defende que ela não migre na última hora, o que reeditaria prática típica da política tradicional, combatida por Marina desde a montagem do Movimento da Nova Política, gênese da sua sigla.

Outro, formado principalmente por detentores de mandato, afirma que ela não pode desprezar o capital de 19,6 milhões de votos de 2010 e o segundo lugar nas pesquisas.

Mesmo tendo saído desse encontro às 5h, Marina dormiu pouco e retomou as conversas quatro horas depois, desta vez em sua casa.

Segundo aliados, chegou a ouvir, por meio de teleconferência, a posição de mais de 60 integrantes da Rede.

Às 18h, ela dizia à imprensa que ainda não tinha decidido. "Ainda tenho uma longa noite e um dia, então estou num processo decisório", afirmou, explicando que o sistema da Rede é o de buscar o "consenso progressivo".


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