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Transferências inflam partidos tradicionais

Pros e Solidariedade, siglas recém-criadas, receberam apenas 39% dos deputados que trocaram de legenda nos Estados

Mudanças de sigla na reta final do prazo de filiações para 2014 atingiram 12% dos 1.059 parlamentares

PATRÍCIA BRITTO DE SÃO PAULO PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE DANIEL CARVALHO DO RECIFE

Às vésperas do fim do prazo para filiações partidárias com vistas às eleições do próximo ano, os dois partidos recém-criados no país, o Pros e o Solidariedade, atraíram apenas 39% dos deputados estaduais e distritais que trocaram de legenda até agora.

Os números contrastam com a expectativa de que as novas legendas atrairiam a maior parte dos políticos, pois, em caso de siglas recém-criadas, quem chega não corre o risco de cassação por infidelidade partidária.

Juntos, os novos partidos receberam ao menos 48 dos 123 deputados envolvidos na dança das cadeiras nos Legislativos estaduais até ontem, segundo levantamento feito pela Folha --29 foram para o Pros (Partido Republicano da Ordem Social) e 19 para o SDD (Solidariedade).

Apesar do risco de terem o mandato cassado por infidelidade partidária, 67 deputados estaduais preferiram se filiar a um dos partidos mais antigos, antecipando em alguns Estados a formação de coligações para 2014. Oito deputados ainda não haviam definido a sigla de destino até a conclusão desta edição.

As mudanças de legenda desta semana atingiram 12% dos 1.059 deputados estaduais e distritais. O troca-troca partidário se intensificou porque quem pretende disputar as eleições do ano que vem tem até hoje para se filiar à legenda pela qual participará da disputa.

Na avaliação do cientista político David Fleischer, da UnB, a regra da fidelidade partidária, em vigor desde 2007, "não pegou".

"Em 2009 a fidelidade partidária foi desmoralizada e vai ser desmoralizada agora de novo", afirma, lembrando que políticos que trocaram de legenda antes das eleições de 2010 conseguiram escapar da perda de mandato.

Segundo a lei eleitoral, os partidos podem reivindicar o mandato do político que deixou a legenda sem justa causa. Consideram-se justas causas fusão ou criação de partidos, mudança substancial do programa partidário e grave discriminação pessoal.

COLIGAÇÕES

O troca-troca entre siglas "antigas" já aponta para a formalização de chapas para as eleições majoritárias de 2014 em Estados como Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.

Em Minas Gerais, base eleitoral do pré-candidato tucano Aécio Neves (PSDB), um movimento inesperado: o deputado Dinis Pinheiro deixou o PSDB e se filiou ao PP, em arranjo para contemplar os aliados pepistas que sustentam o governo há 11 anos.

A mudança busca garantir a aliança entre as duas siglas na disputa ao governo. Pinheiro agora se torna possível candidato do PP a vice-governador, na chapa que deverá ser liderada pelo ex-ministro tucano Pimenta da Veiga.

Na Bahia, três deputados estaduais migraram para o DEM e dois para o PMDB, partidos que se opõem ao governador petista Jaques Wagner.As mudanças antecipam a aliança da oposição, que deverá ter ainda PSDB e PPS.

PERNAMBUCO

Em Pernambuco, com a intenção cada vez mais pronunciada do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) de disputar o governo do Estado contra o candidato do governador Eduardo Campos (PSB), o PTB perdeu dois representantes, que migraram para o partido do governador.

Além disso, a ida de dois deputados para o PMDB, do senador Jarbas Vasconcelos, é vista como uma manobra de Campos, pré-candidato à Presidência, para fortalecer a legenda aliada e evitar uma candidatura própria do PMDB, garantindo um palanque forte ao pessebista.

O PSB foi o partido que mais perdeu cadeiras nos Legislativos estaduais --20 deputados deixaram a sigla, sendo oito do Ceará.

O número reflete a decisão do governador do Estado, Cid Gomes, que na semana passada levou seu grupo político para o Pros, legenda que deverá apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff.


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