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Promessa de apoio a Campos selou acordo

Governador só aceitou diálogo após saber que não seria 'constrangido' a retirar candidatura, diz aliado de Marina

Reunião entre Campos e ex-senadora não discutiu possibilidade de ela ser vice na chapa do PSB, diz Feldman

RANIER BRAGON DIMMI AMORA DE BRASÍLIA

Um dos principais aliados de Marina Silva e responsável na Rede pelas negociações com o PSB, o deputado federal Walter Feldman (SP) disse que o governador Eduardo Campos (PE) só aceitou dialogar pessoalmente com a ex-senadora após ter garantias de que não seria "constrangido" a retirar sua candidatura à Presidência.

Segundo Feldman (que deixou o PSDB para se filiar ao PSB), Marina informou a familiares e assessores mais próximos sua intenção de se aliar à candidatura de Campos às 4h de sexta-feira, horas depois de a Justiça Eleitoral barrar a criação da Rede.

Àquela hora, rumava para o encerramento uma tensa reunião com apoiadores.

"O pessoal ficou perplexo", disse o deputado, incumbido por Marina de sondar a aceitação do PSB à proposta.

Feldman relatou que às 9h de sexta começou a consultar parlamentares do PSB --os deputados federais Márcio França (SP) e Beto Albuquerque (RS) e o senador Rodrigo Rollemberg (DF). O último lhe colocou em contato com Campos, às 14h.

Na conversa, ele convidou o governador a se deslocar imediatamente de Pernambuco a Brasília para uma conversa pessoal com Marina.

Campos teria manifestado resistência, sob o argumento de que não poderia retirar sua candidatura à Presidência, já completamente consolidada dentro do PSB.

Segundo o relato do deputado, ele disse ao governador que Marina não tinha essa intenção e que pretendia --mesmo com 26% das intenções de voto na última pesquisa do Datafolha-- apoiar a candidatura peessebista, com apenas 8%.

O governador teria insistido que, em caso de o acordo não vingar, o eventual vazamento de um encontro entre os dois lhe seria danoso politicamente.

"Vou ser constrangido [a retirar a candidatura em prol de Marina]?', ele perguntou. Eu disse: A Marina pretende te apoiar, você não será constrangido a retirar sua candidatura, queremos uma aliança programática, estamos no seu projeto'", disse Feldman.

A reunião de Campos com Marina ocorreu em Brasília, ainda na noite de sexta-feira, no apartamento da chefe de gabinete de Feldman, e durou duas horas.

Além deles, estavam presentes Feldman, Rollemberg, Pedro Ivo, secretário de Organização da Rede, o secretário do Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, aliado de Marina e convidado ao encontro por ela, e Bazileu Margarido, coordenador da Rede.

Segundo Feldman, a ex-senadora não condicionou a aliança a uma reavaliação sobre quem será o candidato ao Palácio do Planalto. "A Rede não tem esse perfil; imaginar isso seria concluir que trabalharíamos o tempo todo conspirando contra o crescimento do Eduardo", afirmou.

Na conversa entre os dois, Marina teria apresentado a Campos temas que espera ver acrescidos à sua plataforma, como a agenda do desenvolvimento sustentável e o fim da distribuição de "nacos" do poder entre partidos aliados.

Feldman disse que a possibilidade de Marina ocupar a vice não foi discutida.

No PSB, o clima ontem era de euforia. Segundo Rollemberg, o partido recebeu mais de cem filiações espontâneas. Para ele, a entrada de Marina torna irreversível a candidatura do partido.

"Na conversa de sexta à noite ela estava muito serena e decidida, com convicção absoluta do que queria", disse.


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