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Siemens diz que aceita devolver dinheiro

Empresa promete restituir aos cofres públicos prejuízos causados por cartel caso fraudes sejam comprovadas

Presidente da companhia afirma que investigações internas não apontam para pagamento de propina

DE SÃO PAULO

O presidente da empresa Siemens, Paulo Stark, disse que a companhia aceita discutir um acordo para devolver aos cofres públicos os valores dos prejuízos decorrentes da formação de cartéis em licitações de trens no Estado de São Paulo, caso as fraudes sejam comprovadas.

Após prestar depoimento por mais de quatro horas na CPI dos Transportes da Câmara Municipal de São Paulo, Stark afirmou, porém, que apurações internas da Siemens não apontaram que a empresa, além de participar dos cartéis, também teria pago propinas a políticos ou servidores estaduais no período.

Essa suspeita é tema de inquéritos da Polícia Federal e do Ministério Público.

Quanto aos cartéis, Stark disse à CPI disse que a Siemens obteve "indícios" de que executivos da empresa e de outras companhias combinaram os resultados de licitações do Metrô e da CPTM entre 1998 e 2008.

Essa delação já foi levada ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão federal de proteção da livre concorrência, que também passou a investigar a Siemens e outras 18 companhias que teriam participado dos conluios no Estado.

Indagado se a Siemens aceitaria fazer um acordo para ressarcir a administração, a exemplo do que ocorreu no fim da década passada na Alemanha e nos Estados Unidos, Stark afirmou que a empresa está disposta a discutir o tema mas é preciso aguardar o fim das apurações, inclusive para definir os valores dos supostos prejuízos.

"Nossa intenção, no momento correto, é a de buscar um acerto com o Ministério Público no sentido de terminar o que nós começamos de maneira transparente, íntegra e ética", disse.

Em 2007, a Siemens assinou um acordo com o Ministério Público da Alemanha pelo qual aceitou pagar US$ 856 milhões (o equivalente a R$ 1,9 bilhão) em virtude da descoberta de casos de corrupção da companhia na Argentina, na Venezuela, no México, na Nigéria, em Bangladesh, na China, no Vietnã, em Israel, no Iraque, na Rússia, na Grécia e na Itália.

No ano seguinte, os casos levaram a Siemens a pagar mais US$ 800 milhões (R$1,7 bilhão) às autoridades dos Estados Unidos.

O presidente da Siemens, porém, não deu detalhes sobre os cartéis, sob o argumento de que a delação feita ao Cade é sigilosa.

Ontem os representantes das empresas TTrans e Temoinsa, também suspeitas de atuarem em cartéis, negaram à CPI que tivessem participado de fraudes nas concorrências.


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