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Biógrafo e editor contestam Chico Buarque
Artigo de músico publicado ontem em 'O Globo' em defesa da autorização prévia para biografias causa reações
Autor de livro sobre Roberto Carlos mostra fotos e vídeo de entrevista negada no texto do compositor
Paulo César de Araújo, biógrafo do músico Roberto Carlos, e Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, rebateram ontem declarações de Chico Buarque sobre a necessidade de autorização de retratados para biografias.
Em artigo ontem no "Globo", o músico disse não ter sido entrevistado por Araújo para a biografia "Roberto Carlos em Detalhes", ao contrário do que o escritor declarara.
O biógrafo disse à Folha, no entanto, que entrevistou Chico em 30 de março de 1992, na casa do próprio cantor, na Gávea. "A conversa foi filmada e tenho fotos. Ele esqueceu que deu a entrevista."
A biografia feita por Araújo saiu de circulação em 2006, a pedido de Roberto.
Em seu artigo, Chico disse ainda achar "justo" os herdeiros de Garrincha terem conseguido uma "alta indenização" da Companhia das Letras pela biografia "Estrela Solitária", escrita por Ruy Castro.
Já Schwarcz, no blog da editora, informou que não houve indenização à família de Garrincha (1933-1983), e sim um "volumoso acordo, sem nenhuma condenação".
Segundo o editor, a família do jogador reclamou da imagem "supostamente denegrida pelo livro", mas quis parte dos rendimentos da obra.
"Pela lei vigente, os herdeiros se transformam em historiadores, editores e, desculpe-me, censores, sim", disse.
A assessoria de imprensa de Chico disse que ele deve se manifestar hoje sobre a contestação de Araújo. Sobre as declarações de Schwarcz, disse, por sua assessoria, que elas fazem parte do debate.
O biógrafo Araújo se disse surpreso com o apoio dos músicos à causa de Roberto Carlos: "O que levou o grupo Procure Saber [do qual Chico, Caetano e Gil fazem parte] a apoiar Roberto sobre biografias autorizadas? Talvez seja uma contrapartida ao apoio que Roberto deu à fiscalização do Ecad [entidade arrecadadora de direitos autorais]".
No Twitter, a jornalista Hildegard Angel defendeu Chico Buarque. "Num país em que a Justiça é caolha, não dá pra liberar geral as biografias de bandeja pros grupos editoriais argentários."
