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Entidade condena ataques à imprensa em protestos de rua
Relatório sobre liberdade de expressão no Brasil também menciona mortes e censura
A SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa, na sigla em espanhol) aprovou ontem relatório sobre a liberdade de expressão no Brasil que condena os ataques a profissionais da imprensa durante as manifestações no país.
O documento foi ratificado pela assembleia anual da entidade, encerrada ontem em Denver, nos Estados Unidos.
O texto brasileiro, apresentado no domingo e elaborado pela ANJ (Associação Nacional de Jornais), aponta 70 casos de agressão, 21 deles no Sete de Setembro.
A maioria das ações violentas nesse dia (85%) partiu da polícia, principalmente pelo "uso ostensivo de spray de pimenta", conforme o boletim.
O texto cita problemas ocorridos com três profissionais da Folha, entre eles o repórter-fotográfico Fábio Braga, que foi atacado por cães da Polícia Militar em Brasília, e Leandro Machado, detido enquanto acompanhava a prisão de um manifestante em São Paulo.
Homicídios de jornalistas em decorrência de seu trabalho também foram classificados como ameaças à liberdade de imprensa no Brasil.
De acordo com a ANJ, houve duas mortes neste ano --uma em Coronel Fabriciano (MG), em abril, e outra em Ipatinga (MG), em março.
Na América Latina, 14 profissionais foram mortos no último semestre, o maior número em 20 anos. "A demora nas investigações e no julgamento dos autores é preocupante", disse Mário Gusmão, vice-presidente da ANJ.
O documento relata ainda nove casos de ameaça a jornalistas, outros nove de censura judicial, além de ataques a prédios e carros de empresas de comunicação.