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O Estado da Federação - Goiás

Perillo paga piso a professor, mas chega ao limite de gasto

Com novos empréstimos, governo goiano elevou investimentos neste ano

No campo político, governador enfrenta desgaste em razão das investigações sobre sua relação com Cachoeira

CARLA GUIMARÃES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM GOIÂNIA

À frente do governo de Goiás pela terceira vez, Marconi Perillo (PSDB) cumpriu uma das principais promessas da campanha de 2010, mas a conta chegou salgada e aperta o caixa estadual.

A gestão passou a pagar o piso nacional dos professores (R$ 1.567 para 40 horas semanais), fixado em lei federal, e o reflexo veio nos gastos com pessoal, que bateram o limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal.

"O piso da educação impacta muito a folha e vem prejudicando todos os Estados", afirma o superintendente do Tesouro Estadual, Ivo Vilela. Enquanto os percentuais de reajustes aos docentes somaram 20% nos últimos dois anos, não chegaram a 10% para as demais categorias.

Perillo também prometeu reajustar os salários do funcionalismo na data-base da categoria, mas só conseguiu fazê-lo em 2012 --parcelou os aumentos em 2011 e em 2013.

O tucano assumiu o governo com o caixa quase zerado e uma previsão de deficit orçamentário de R$ 2,7 bilhões. Melhorou a situação ao elevar a receita tributária em 20% e ao vender, por R$ 470 milhões, a gestão da folha do funcionalismo para a Caixa Econômica Federal, entre outras ações.

Para a reta final do mandato, Perillo prepara mais cortes de cargos e um aumento nos investimentos, puxado por novos empréstimos.

"Após ajustes e cortes nos dois primeiros anos, o governo só começou a contraofensiva administrativa e política em 2013", diz o cientista social Pedro Borges, da Universidade Federal de Goiás.

Com as contas saneadas, o Estado obteve mais crédito no mercado. De janeiro a agosto deste ano, empenhou (reservou para gasto) R$ 1,9 bilhão para investimentos, ante R$ 526 milhões em 2011.

Para a oposição, o volume de empréstimos deixará um passivo perigoso para o futuro. "Há prazos de pagamentos de quatro, oito anos, o que nos deixa preocupados", diz o deputado Bruno Peixoto (PMDB). O governo diz que tem usado recursos para melhorar o perfil da dívida antiga, e que o peso desses pagamentos deve cair.

POLÍTICA

No front político, Perillo sofreu desgastes em 2012 por uma greve de 51 dias dos professores e também pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou grupo ligado ao empresário Carlinhos Cachoeira.

A pedido da Procuradoria-Geral da República, o Superior Tribunal de Justiça abriu inquérito, ainda em curso, para investigar as relações entre Perillo e Cachoeira.

O tucano é suspeito de ter vendido a Cachoeira uma casa por R$ 1,4 milhão, o que teria possibilitado ao grupo do empresário "abrir portas" no governo. Perillo nega.

Apesar de o tucano afirmar em público que não pretende concorrer à reeleição, o próprio PSDB de Goiás diz não ter plano B para 2014.

"O nosso plano é M, de Marconi. É unanimidade entre o PSDB e os 13 partidos aliados", diz Paulo de Jesus, presidente da comissão executiva do PSDB-GO.

A disputa no Estado deverá ser polarizada entre PSDB e a aliança PT-PMDB, na qual os peemedebistas José Batista Júnior e Iris Rezende são possíveis candidatos.

Batista Júnior, o Júnior Friboi, deixou o grupo JBS --líder mundial em carnes-- para se dedicar à política.


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