Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Espionar faz parte do jogo, o ruim é ser pego com a mão na massa

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

Países não têm amigos, só interesses. Essa clássica definição foi usada por muitos líderes políticos ao longo da história em frases de efeito.

Dois nomes que logo surgem à mente são o presidente francês Charles de Gaulle (1890-1970) e o estadista britânico Lord Palmerston (1784-1865), que produziram versões dessa ideia. Ou seja: vale tudo quando se trata de proteger o interesse nacional, inclusive espionar países no momento "amigos" ou mesmo os que sempre o foram.

Basta lembra que Israel montou redes de espionagem para obter segredos nos Estados Unidos. E sem os EUA Israel teria dificuldades para sobreviver ao confronto com um mundo árabe imensamente maior desde a criação do Estado judaico em 1948.

Os EUA são o maior "amigo" de Israel. Mas os dois lados sempre se espionaram. Informação útil nunca é demais.

Um incidente rendeu mortos. O navio de guerra americano USS Liberty estava na costa de Israel aparentemente "espionando", isto é, captando sinais de rádio e radar, quando foi atacado por forças israelenses na Guerra dos Seis Dias (1967). Morreram 34 americanos, 171 ficaram feridos.

Israel alegou que foi um erro. Muitos sobreviventes do navio alegaram que o ataque foi deliberado, pois ele estava claramente identificado como americano e navegando em águas internacionais.

Que o Brasil tenha espionado diplomatas estrangeiros não é pecado; pecado é ser flagrado fazendo a coisa.

Se confirmado, pode fazer com que os espionados peçam uma satisfação diplomática. Embora esteja claro que esses países "vítimas" também espionam o resto do mundo. Rússia, Irã e EUA estão longe de ser inocentes no tema.

Alguns tipos de atividades que podem ser considerados "espionagem" são legítimos. Buscar informações na imprensa e na internet ajuda a criar um banco de dados sobre países e pessoas, e é legal.

Vasculhar ondas de rádio e transmissões era algo tradicional antes mesmo da Segunda Guerra Mundial. Checar e-mails confidenciais, fazer escutas, é outra história. Mas faz parte do jogo. Só não vale ser pego com a mão na massa.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página