Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Motorista do caso JK pode ganhar indenização e desculpas formais

Pedido é da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia mineira

DE BELO HORIZONTE

Prestes a fazer 70 anos, Josias Nunes de Oliveira, o motorista do ônibus envolvido no acidente que matou o presidente Juscelino Kubitschek em 22 de agosto de 1976, voltou a falar sobre o caso.

O depoimento foi ontem à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legisla cotiva de Minas Gerais, que agora quer que o Estado brasileiro faça um pedido formal de desculpas e lhe dê compensação financeira na forma de correção da sua aposentadoria por invalidez. "Nada paga [o que passei]", disse ele.

Tal como no depoimento à Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, há 35 dias, Oliveira chorou ao contar o drama que viveu quando tentaram fazer com que ele assumisse a culpa.

Ex-motorista da Viação Cometa, ele repetiu que, cinco dias após o acidente, dois homens foram em sua casa e lhe ofereceram "uma mala cheia de dinheiro, não era pasta" para que ele dissesse que o ônibus que dirigia na rodovia Dutra bateu no Opala de JK.

Ele recusou, foi processado assim mesmo e, no ano seguinte, a Justiça do Rio o inocentou. Mesmo assim, Oliveira continuou sofrendo. "Eu ouvia de colegas que matei JK", disse, chorando. "Cinco anos depois, eu pedi a conta."

Oliveira disse que se separou da família por causa disso, nunca mais trabalhou e foi aposentado por invalidez. Atualmente, vive em um lar para idosos, em São Paulo.

A versão oficial do acidente, na época, é que o ônibus bateu na traseira do Opala, que cruzou a rodovia e se chocou de frente com um caminhão. JK e seu motorista e amigo, Geraldo Ribeiro, que iam de São Paulo para o Rio, morreram na hora. "Eu vi o acidente e parei para socorrer. Não bati nem ele [o Opala] me bateu", disse Oliveira.

Na ocasião, o país vivia o período da ditadura militar, da qual o ex-presidente era opositor.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página