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Dilma rejeita comparação entre Abin e EUA

Presidente diz que operações de espionagem no governo Lula não têm paralelo com métodos de agência norte-americana

Ação brasileira não teve invasão de privacidade e buscava proteger interesses nacionais, segundo petista

DE PORTO ALEGRE

A presidente Dilma Rousseff disse ontem que o governo brasileiro realizou espionagem "preventiva" e que as operações realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não podem ser comparadas com as ações dos Estados Unidos.

A Folha revelou nesta semana que a Abin espionou diplomatas da Rússia, Irã e Iraque, além de uma sala alugada pela embaixada americana em Brasília, no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

"Não pode comparar o que a Abin fez em 2003 e 2004. Até porque tem um lado dessa ação da Abin que, segundo eles, é a contrainteligência. Estavam achando que tinha interferência [dos outros países] em negócios privados e públicos no Brasil", disse Dilma em entrevista ao grupo RBS, do Rio Grande do Sul.

A presidente afirmou que "inteligência e defesa" de governos são uma questão velha e que não há relação disso com "violar a soberania" de outra nação.

Para Dilma, quando ocorre invasão de privacidade, como nas ações da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) reveladas pelo ex-analista Edward Snowden, a situação se torna uma violação aos direitos humanos.

Dilma afirmou ainda que a ação brasileira naquela época não gerou invasão de privacidade de ninguém.

Ao contrário das ações da NSA, nos trabalhos da Abin não houve monitoramento de mensagens eletrônicas e de telefonemas. A atuação dos agentes brasileiros apenas se deu em território nacional. "Isso é previsto na legislação brasileira, não cometeram ilegalidade", disse.

VISITA AOS EUA

Dilma também detalhou na entrevista os motivos do cancelamento da visita que faria em outubro aos EUA devido ao vazamento das ações da NSA. Disse que, se a programação fosse mantida, poderia ocorrer "constrangimento" durante a viagem.

"Na hora em que estivesse lá, o que poderia acontecer? Ninguém sabe o que tem o Snowden. Eu e o presidente [Barack] Obama estaríamos submetidos ao constrangimento de uma [eventual] nova denúncia."

A presidente contou que propôs ao governo americano que fossem feitos um pedido de desculpas e uma declaração de que a espionagem não se repetiria.

"Eu iria viajar [aos EUA]. A discussão que derivou dessas denúncias nos levou à seguinte proposta: só tem um jeito de resolver esse problema. É se desculpar pelo que aconteceu e dizer que não vai acontecer mais. Não foi possível chegar a esse termo."


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