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PT e Padilha tentam conter desgaste com Haddad em SP

Com medo de perder votos em 2014, petistas querem interferir na gestão

Candidato ao governo estadual nas próximas eleições, ministro quer aproximar secretários e comando de campanha

IGOR GIELOW DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Temendo efeitos negativos na campanha do ministro Alexandre Padilha ao governo paulista, o PT estuda uma forma de enquadrar a gestão do prefeito da capital, Fernando Haddad, sem que isso pareça uma intervenção.

Há a percepção no núcleo petista de que a administração Haddad é errática, e de que decisões como o aumento do IPTU podem ter efeitos desastrosos para o partido nas eleições do ano que vem.

A solução defendida por aliados do ministro da Saúde é a aproximação da gestão Haddad ao seu comando de campanha, para monitorar de perto o impacto de atos da administração e sugerir ajustes.

Isso pode ser feito por meio de secretários municipais com interlocução junto ao núcleo petista e ao Palácio do Planalto, além de conversas diretas com Haddad.

No entorno de Padilha, nome sacado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar acabar com duas décadas de governos tucanos em São Paulo, Haddad é visto com certa desconfiança.

O aumento do IPTU é alvo preferencial de críticas, já que ele tende a afetar mais o eleitorado de classes média e alta que o prefeito e a presidente Dilma Rousseff conquistaram na capital em 2012 e 2010, respectivamente.

Teme-se que Dilma também seja afetada caso um mau desempenho do PT na capital tenha reflexos no resto do Estado, maior colégio eleitoral do país. Usando a metáfora de Lula sobre eleger seus "postes" (políticos sem experiência eleitoral), um interlocutor de Padilha diz que "para emplacar o terceiro, é preciso que o segundo funcione" --o primeiro sendo Dilma e o segundo, Haddad.

O grupo quer que a "intervenção sem interventor" ocorra após a reeleição prevista para domingo do presidente do PT, Rui Falcão.

O principal nome na equipe de Haddad para tal missão é o de José de Filippi. Lulista e conhecedor das entranhas petistas após anos como tesoureiro do partido, ele teve sua indicação para a Secretaria da Saúde avalizada pelo próprio Padilha.

Outros nomes surgem, como os de Jilmar Tatto (Transportes) e de Antônio Donato (Governo). O envolvimento deles dependeria de como evolui a citação a ambos na investigação sobre a máfia dos fiscais na capital.

A operação, com apoio da prefeitura, também preocupa o PT, uma vez que ela colocou na linha de tiro nomes da administração do antecessor de Haddad, Gilberto Kassab (PSD), aliado de Dilma.

Se o Planalto já recebeu sinais de que Kassab não irá romper a aliança, no nível estadual sua candidatura ao governo poderá tornar-se agressiva contra o PT, ainda que seja estimulada por Padilha, interessado em mais nomes no páreo para forçar um segundo turno contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A nomeação de um secretário influente é descartada porque evidenciaria fraqueza. Há, contudo, precedentes no PT, como ocorreu em 2012 no Distrito Federal. Sob forte crise, Agnelo Queiroz teve de aceitar o ex-secretário-executivo da Casa Civil Swedenberger Barbosa como homem-forte de seu governo.


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