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Mensalão - as prisões

PT atrasa processo de cassação de Genoino

Manobra adiou em uma semana análise da Câmara sobre caso de ex-presidente petista, que está preso em Brasília

Colegas de partido querem agilizar decisão sobre aposentadoria para evitar perda de mandato de deputado

DE BRASÍLIA

O PT colocou em prática ontem uma manobra para blindar o deputado licenciado José Genoino (PT-SP) e conseguiu adiar para a próxima semana a possível abertura, na Câmara, do processo de cassação do mandato.

Os petistas trabalham para ganhar tempo até que a Câmara decida sobre o pedido de aposentadoria por invalidez feito pelo ex-presidente do PT, preso há uma semana devido à sua condenação a 6 anos e 11 meses no mensalão.

A discussão sobre o benefício de Genoino, prevista para ser concluída só em janeiro, foi acelerada pela Câmara, que destacou junta médica para tentar fazer, o mais rápido possível, nova checagem de seu estado de saúde. Genoino, 67, passou por cirurgia cardíaca no meio do ano.

A aprovação da aposentadoria garante a ele o salário integral de R$ 26,7 mil e, como almeja o PT, evita a abertura do processo de cassação.

Em uma tensa reunião conduzida pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a Mesa da Câmara foi obrigada a adiar por duas sessões a decisão sobre o caso após o pedido de vista dos deputados do PT André Vargas (PR), que é vice-presidente da Casa, e Antonio Carlos Biffi (MS).

"Uns chamam de corporativismo, outros chamam de respeito à história", disse Vargas, se referindo ao discurso de petistas de que Genoino, quadro histórico do PT, foi condenado sem provas.

Na reunião, Vargas chegou a discutir com o presidente da Câmara, que havia dito que a Casa abriria ontem o processo de perda do mandato. Segundo relatos, Vargas adotou discurso emotivo, afirmando que não admitiria "atropelo" e que não defendia posição partidária, mas "posição humanitária".

Dos sete integrantes da Mesa, seis estavam presentes e pelo menos três estavam decididos a votar contra Alves.

Tanto a posição defendida pelo PT quanto a de Eduardo Alves representam uma afronta ao STF, que no caso do mensalão determinou a cassação imediata do mandato dos deputados condenados, sem dar à Câmara a possibilidade de discutir o caso. O processo de cassação defendido por Alves tem como desenlace a votação secreta no plenário da Casa.


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