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Mensalão - as prisões

Caso de Pizzolato só será avaliado após prisão, diz governo italiano

Ministério da Justiça e polícia do país europeu afirmam desconhecer paradeiro de ex-diretor do BB

Para Temer, condenado pelo STF no mensalão foi 'competente' em fuga, pois Itália não concede extradição

DE LONDRES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE ROMA DE CURITIBA DE PORTO ALEGRE

O Ministério da Justiça da Itália informou ontem que só vai analisar a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato depois que ele for preso e o governo brasileiro fizer esse pedido.

É a primeira vez que o governo italiano se manifesta oficialmente sobre o caso. A pasta disse que não tem informações sobre o paradeiro de Pizzolato --não sabe nem mesmo se ele está no país.

"Por enquanto, Pizzolato é uma pessoa livre, não foi preso, e não sabemos onde ele está. Se ele for preso e o governo brasileiro pedir a sua extradição, vamos analisar as condições de uma extradição. Nossa competência começa a partir daí", disse a assessoria do ministério à Folha.

O ex-diretor foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por ter autorizado o repasse de R$ 73,8 milhões do Banco do Brasil ao esquema do mensalão.

Ele, que tem dupla cidadania, fugiu para a Itália para escapar da prisão. Segundo amigos, Pizzolato viajou com um documento provisório de viagem, emitido por um consulado --a Polícia Federal havia apreendido seus dois passaportes, o brasileiro e o italiano, no ano passado.

De acordo com a assessoria do ministério italiano, uma eventual decisão política do governo sobre o caso só será tomada depois da discussão técnica na corte de apelo italiana quando começar o processo de extradição.

O ministério ainda frisou que não há como relacionar o caso de Pizzolato com o do italiano Cesare Battisti, que, apesar de condenado na Itália por homicídio, recebeu autorização do governo brasileiro para ficar no Brasil.

Procurada pela Folha, a polícia italiana também afirmou ontem desconhecer o paradeiro de Pizzolato.

QUESTIONAMENTO

A deputada ítalo-brasileira Renata Bueno solicitou informações ao Ministério do Interior da Itália sobre a eventual presença de Pizzolato no país e a documentação usada para a viagem.

Até ontem, a deputada, que é nascida no Brasil e foi eleita para o Parlamento italiano em fevereiro, com 20 mil votos de cidadãos italianos que vivem em solo brasileiro, não obteve resposta do ministro Angelino Alfano.

'COMPETENTE'

O vice-presidente da República, Michel Temer, disse ontem que a fuga de Pizzolato para a Europa foi, do ponto de vista pessoal do condenado, um gesto "competente".

Temer disse não saber se o Brasil terá condições de obter a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil.

"Ele foi para a Itália, um país que não concede a extradição. No plano pessoal, foi um gesto até competente. Certamente vai haver um pedido do Brasil e vai haver um pleito pela extradição. Agora, o que vai acontecer eu confesso que não saberia", disse o vice-presidente a jornalistas em Porto Alegre.


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