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Jefferson diz que venceu câncer, mas saúde ainda inspira cuidados
Advogado pede ao STF que ele cumpra pena em prisão domiciliar
Pouco mais de um ano após descobrir um câncer no pâncreas, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) cita a saúde frágil em pedido para cumprir em casa a pena que recebeu por seu envolvimento com o mensalão.
Ele ainda sofre de diabetes e hipertensão arterial, segundo laudo assinado por seis médicos e enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O petebista reapareceu mais magro e com ar abatido em Comendador Levy Gasparian (RJ), onde espera há uma semana a ordem para se entregar à Polícia Federal.
Jefferson foi operado para a retirada do tumor maligno em julho de 2012. A cirurgia também removeu partes de outros órgãos, como duodeno, estômago e intestino.
Depois disso, fez seis meses de quimioterapia. Ele diz que o câncer se foi, mas as sequelas ficaram. Hoje precisa tomar um coquetel de injeções diárias de vitaminas.
"Com este quadro, seria uma loucura não colocá-lo em prisão domiciliar. O STF é responsável pela integridade física dos réus", diz o advogado do ex-deputado, Marcos Pinheiro de Lemos.
O cirurgião José de Ribamar Saboia de Azevedo, que operou Roberto Jefferson há um ano e assinou o laudo sobre seu estado de saúde, afirma que o paciente demanda cuidados permanentes.
"O médico não condena e nem indica o local em que a pena deve ser cumprida. Mas ele tem uma doença grave e precisa de acompanhamento regular para evitar complicações que podem comprometer a sua vida", afirma.
O autor da denúncia do mensalão, que já chegou a pesar 170 quilos, também sofre sequelas da cirurgia de redução do estômago, feita há 13 anos. É obrigado a seguir uma dieta rígida e a ir ao banheiro até dez vezes por dia.
No ano passado, Jefferson foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por ter recebido R$ 4,5 milhões do mensalão quando fazia parte da base de apoio do governo Lula no Congresso.