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Impasse e acusações ameaçam eleição do PT no Maranhão
Marcado para hoje, segundo turno do pleito não tem aval da direção nacional do partido
Um impasse sobre o resultado do primeiro turno da eleição interna do PT do Maranhão põe em dúvida a realização da segunda etapa da votação, marcada para hoje.
Dirigentes regionais afirmam que o partido irá às urnas, mas a direção nacional não reconhece a realização do pleito e diz que dará a palavra final sobre seu desfecho apenas em dezembro.
O primeiro turno da eleição petista foi realizado no último dia 10. O atual presidente do PT-MA, Raimundo Monteiro, candidato à reeleição, anunciou ter vencido com mais de 3.400 votos de vantagem sobre o segundo colocado, Henrique Sousa.
A Executiva estadual do partido, no entanto, considerou outra contagem como resultado oficial: Monteiro, com 3.005 votos, e Sousa, com 2.134, teriam que disputar o segundo turno.
A decisão foi tomada somente na última terça, cinco dias antes da eleição e seis depois do prazo que o PT nacional havia estabelecido para a totalização dos números do primeiro turno.
Monteiro, então, recorreu à direção nacional para que seja reconhecida a votação que lhe garantia a vitória. Alega que a Executiva não levou em conta 21 municípios em que teria ganhado.
Na última sexta, o secretário nacional de Organização do PT, Florisvaldo Souza, comunicou aos dirigentes do Maranhão que o descumprimento dos prazos inviabilizava a realização do segundo turno hoje.
Souza ameaçou não liberar o material necessário para a votação. "Se eles quiserem fazer à revelia, que arquem com as consequências", disse à Folha.
O secretário de organização local, Ivaldo Coqueiro, disse que as cédulas seriam impressas mesmo que não houvesse aval da cúpula e que haverá eleição.
Tanto ele quanto o candidato Henrique Sousa acusaram o dirigente nacional de agir com parcialidade para favorecer a manutenção da aliança do PT com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), em 2014.
Monteiro é favorável ao acordo. Seu adversário quer que o PT lance candidato próprio ao governo do Estado no próximo ano e que apoie no segundo turno o presidente da Embratur, Flávio Dino, pré-candidato do PC do B e rival da família Sarney.
Quem vencer a eleição interna vai liderar essa discussão em 2014. O Maranhão é considerado um dos Estados estratégicos no Nordeste para a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Florisvaldo Souza classificou como uma "aberração" relacionar a disputa petista a uma suposta manobra para garantir a aliança com o PMDB e o grupo do senador José Sarney no Estado. "Essa discussão é do PT com o PT."