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Mensalão as prisões

Ex-diretores de banco do mensalão querem trabalhar na cadeia

Isolado, ex-executivo quer ir para a biblioteca; banqueira Kátia Rabello pretende dar aulas de idiomas a detentas

Ramon Hollerbach descobriu que seus livros vão para acervo da prisão; ele montou uma lista de leitura

MATHEUS LEITÃO

Atraindo bem menos atenção que José Dirceu ou José Genoino, os condenados do mensalão a regime fechado planejam passar o tempo trabalhando na biblioteca da penitenciária da Papuda, lendo e dando aulas de idiomas.

Sem visitas de políticos, esses presos têm rotina mais discreta. Condenado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado começou a cumprir os 16 anos e 8 meses de prisão sozinho em uma cela de 6 m².

Salgado não tem contato nem com outros do regime fechado, como o operador do esquema, o empresário Marcos Valério de Souza. Ele tem a perspectiva de trabalhar na biblioteca da Penitenciária do Distrito Federal 1, área mais nova, arejada e ensolarada.

Segundo o advogado Maurício Campos, "ele está ocioso, mas se sentindo seguro". Recebeu visita de familiares e come o marmitex do presídio: carne, arroz, feijão, legumes e salada.

Condenada pelos mesmos crimes e à mesma pena, a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello está numa cela com Simone Vasconcelos e uma advogada no 19º Batalhão da Polícia Militar, também no complexo. Ela passa o tempo lendo livros e planeja dar aula de inglês e espanhol para outras presas. Recebeu visita do marido e dos filhos semana passada.

Simone não decidiu se vai para Minas Gerais, caso a Justiça permita. Ocupa o tempo com ao menos três livros. Segundo o advogado Leonardo Yarochewsky, tenta fazer um curso de português e também quer trabalhar para abater os mais de 12 anos de prisão.

Ex-diretora da agência de publicidade SMP&B, ela entrou no presídio com medicamentos para dores na coluna e antidepressivos.

Sócio-presidente da agência, Cristiano Paz recebeu a família na sexta-feira. Condenado a 25 anos, reclamou da comida e pediu frutas. Avaliou estar "como esperava".

Já o consultor Ramon Hollerbach, condenado a quase 30 anos, descobriu que o livro que levou vai para o acervo da biblioteca do presídio e, com isso, pode retirar outros. Ele montou uma lista de leitura. Na semana passada, quando teve visita do advogado Hermes Guerrero, recebeu um pacote de biscoito de água e sal, outro de bolachas de maisena, maçãs e laranjas.


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