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PSDB acusa Cardozo de politizar investigação

Aécio Neves defende que ministro da Justiça se afaste da apuração sobre fraude em licitações nas gestões tucanas em SP

José Aníbal pede a demissão de Cardozo: 'Ou demite o ministro ou é cúmplice desse dossiê de aloprados'

RANIER BRAGON DE BRASÍLIA

Com fortes críticas ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a cúpula do PSDB acusou ontem o governo de usar as investigações sobre a existência de um cartel nas licitações de metrô e trens durante os governos do PSDB em São Paulo para minimizar o impacto político das prisões do mensalão.

Tendo à frente o senador Aécio Neves (MG), provável candidato à Presidência, o PSDB defendeu que Cardozo se afaste das investigações sobre o cartel revelado pela multinacional alemã Siemens ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

"A tentativa de fazer com que os outros possam parecer iguais não terá êxito, porque nós não somos iguais. Prezamos e praticamos a ética na vida pública", afirmou Aécio, acrescentando que o governo "manipula" as instituições do Estado para "enxovalhar" adversários.

Segundo ele, as acusações contra tucanos vieram a público para encobrir os desdobramentos do escândalo do mensalão, cujos condenados, parte deles do PT, começaram a ser presos no último dia 15.

Para Aécio e outros tucanos, é uma reedição do caso dos "aloprados", que começou com a prisão de petistas em 2006 com dinheiro que, segundo o Ministério Público, seria usado para comprar um dossiê contra José Serra, então candidato do PSDB ao governo de São Paulo.

Acompanhavam Aécio, na sede do PSDB em Brasília, os líderes na Câmara (Carlos Sampaio) e no Senado (Aloysio Nunes Ferreira), além dos secretários paulistas Edson Aparecido (Casa Civil) e José Aníbal (Energia).

As acusações contra tucanos apareceram num suposto depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que apontava pagamento de propina em São Paulo durante os governos do PSDB. Ele negou, depois, ser o autor da denúncia.

Apontando diferenças entre esse material e outro que Rheinheimer encaminhou à Siemens em 2008, os tucanos acusaram petistas de forjar documentos.

DEMISSÃO

Embora dois delegados da Polícia Federal tenham dito que receberam as acusações do próprio Cade, o ministro da Justiça afirmou que recebeu o depoimento das mãos do secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, o petista Simão Pedro.

Simão negou que o documento enviado tenha sido alterado para acusar o PSDB: "Não alterei documento nenhum. Só encaminhei ao ministro. Essa acusação do PSDB é uma bobagem".

Os tucanos ainda pediram a demissão do presidente do Cade, Vinicius Carvalho, que foi chefe de gabinete de Simão. "Se a presidente não sabia desse episódio, agora sabe. Ou demite o ministro ou é cúmplice desse dossiê de aloprados", disse Aníbal.

Já Aécio foi menos enfático. "Eu acho que ele perdeu as condições de ser o coordenador dessas investigações, como ministro da Justiça. Obviamente que a decisão de nomear e de demitir ministro cabe à presidente", disse.

O PSDB disse que pretende aprovar a convocação de Cardozo para dar explicações no Congresso e representar contra ele na Comissão de Ética Pública e no Ministério Público.


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