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PF intimará deputado a depor sobre apreensão de droga em helicóptero

Aeronave da empresa de Gustavo Perrella (SDD-MG) foi flagrada com 445 kg de cocaína no ES

Piloto afirma que foi autorizado a fazer frete; parlamentar diz que não sabia que se tratava de transporte de droga

DE SÃO PAULO DE BELO HORIZONTE

A Polícia Federal vai intimar o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), 28, a depor sobre a apreensão, no último domingo, de um helicóptero de sua empresa com 445 kg de cocaína.

O deputado é filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro. Também terão de prestar depoimento uma irmã e um primo do deputado. Os três são sócios da Limeira Agropecuária, dona da aeronave.

A empresa pertenceu até 2008 ao senador Perrella, que passou a firma aos parentes.

O piloto Rogério Almeida Antunes, 36, funcionário da empresa, foi preso na zona rural de Afonso Cláudio (ES) após descarregar a droga da aeronave. Também foram presos o copiloto Alexandre de Oliveira Júnior, 26, e duas pessoas que receberam a droga.

Segundo o delegado da PF Leonardo Damasceno, até agora não há prova de envolvimento da família Perrella ou da empresa com o tráfico. "Eles não figuram como investigados. [O depoimento] vai ser um mero esclarecimento da versão do piloto."

Na segunda, o deputado negou envolvimento e disse que foi informado pelo piloto que a aeronave estaria em manutenção.

O advogado do piloto, Nicácio Tiradentes, rebateu e disse que seu cliente ligara na véspera pedindo aval para o frete ao deputado.

Gustavo Perrella então recuou e disse, por meio de seu advogado, que recebeu mensagem de Antunes no celular pedindo autorização para o frete e deu o "ok", mas que não sabia que seria para transportar drogas.

O advogado do piloto disse que ele achava que eram "insumos agrícolas", enquanto que a defesa do copiloto disse que ele acreditava que trazia "muamba" do Paraguai.

Nenhuma dessas versões, contudo, consta nos depoimentos que o piloto e o copiloto prestaram à PF.

Antunes disse que foi "pressionado" a fazer o voo pelo copiloto, que teria contratado o frete, e que receberia R$ 106 mil pelo trabalho.

Oliveira confirmou que foi ele quem contratou o frete, mas disse não saber que se tratava de drogas. Segundo o copiloto, uma pessoa prometeu R$ 60 mil, e o valor seria dividido com Antunes.

EXONERAÇÃO

O Ministério Público vai apurar se houve irregularidade no fato de Antunes ter ocupado um cargo na Assembleia Legislativa. A exoneração do piloto foi publicada ontem. Ele havia sido indicado em março pelo deputado para ser agente de serviços de gabinete. Na Assembleia, ninguém esclareceu se ele comparecia ao trabalho.

Zezé e o irmão Alvimar comandaram o Cruzeiro de 1995 a 2011. Zezé foi investigado por suspeita de lavagem de dinheiro na venda de jogador.

A cessão da agropecuária aos filhos também foi alvo de denúncia de omissão de bens, mas o processo foi arquivado porque a acusação prescreveu.


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