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Análise - Mais Médicos em 2014

Projeto dá a Dilma marca social para sair da sombra de Lula

Lançado após as manifestações de junho, programa deve ser mote também da campanha ao governo de SP

VERA MAGALHÃES EDITORA DO PAINEL

Dilma Rousseff "espancou" de todas as formas o Mais Médicos antes de, finalmente, lançá-lo, em julho.

Tinha dúvidas sobre a reação das entidades à importação de profissionais estrangeiros, depois sobre a necessidade ou não de fazer a prova para validar os diplomas obtidos no exterior, e o projeto viajava de escaninho em escaninho do governo.

Foram as manifestações de junho e sua revolta difusa que deram ao programa o impulso para sair do papel.

E uma conjugação de fatores fez com que, rapidamente, ele caísse no gosto popular e passasse ao topo da lista de bandeiras eleitorais que a presidente deve empunhar no ano que vem.

Dilma se ressentia de um programa social que tivesse sua marca. O Bolsa Família está carimbado como uma conquista dos anos Lula, bem como o Luz Para Todos e o ProUni, projetos que a presidente manteve, mas não idealizou nem iniciou.

Já a narrativa da ida maciça de médicos para rincões desassistidos, após uma reação algo raivosa e irracional das corporações médicas brasileiras, é 100% dilmista.

Não à toa um médico cubano estrelou a propaganda do PT em outubro, e a presidente fez questão de receber esses profissionais no Palácio do Planalto e lhes dirigir um desagravo pela hostilidade dos colegas brazucas "em nome do povo brasileiro".

Há vários senões técnicos que podem ser atribuídos ao Mais Médicos, desde a sub-remuneração dos profissionais cubanos até a falta de comprovação de habilitação técnica comparável à dos médicos brasileiros. Pode-se, ainda, evocar a cantilena segundo a qual, em postos de atendimento desequipados, a simples presença do médico não fará diferença.

Mas é maciça a aprovação das comunidades atendidas à chegada do "doutor". A ideia do "cuidado humano", subliminar ao Mais Médicos, será o mote publicitário da campanha de Alexandre Padilha, o ministro-candidato do PT ao governo paulista.

E dará a Dilma um selo próprio de gestão na área social para que ela possa sair da sombra de Lula e defender o Bolsa Família, bandeira poderosa, mas que, após duas eleições, já perdeu a aura de novidade para os spots de TV.


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