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Mensalão - as prisões

Caso do hotel que empregou Dirceu incomoda ministros

Para Gilmar Mendes, situação deve ser analisada 'com bastante cautela'; Marco Aurélio não vê 'com bons olhos'

Constituição societária da empresa não diz respeito ao ex-ministro, afirma Oliveira Lima, advogado do petista

DE BRASÍLIA

"Por que 400 pessoas podem trabalhar no hotel e o ex-ministro não? Juntamos toda a documentação para que meu cliente possa trabalharJosé Luis Oliveira Limaadvogado de José Dirceu

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) manifestaram ontem desconfiança em relação a situação do hotel Saint Peter, onde o ex-ministro José Dirceu pede para trabalhar.

Conforme revelou o "Jornal Nacional" anteontem, um provável laranja panamenho era o controlador da empresa que fazia a gestão do hotel quando foi feita a a oferta para que Dirceu se tornasse seu gerente administrativo com um salário de R$ 20 mil --o nome do panamenho saiu do negócio segunda-feira, com uma alteração na composição societária da firma.

Para o ministro Gilmar Mendes, o pedido de Dirceu deve ser analisado "com bastante cautela" pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, para que "não ocorram abusos".

Dirceu está detido em regime semiaberto na Papuda, Brasília, condenado por corrupção no caso do mensalão.

Ele tem direito de pedir autorização para trabalhar fora da cadeia durante o dia.

O ministro Marco Aurélio Mello disse que, como cidadão, não vê "com bons olhos" a situação. Para ele, seria preciso que alguém ligado a Dirceu prestasse contas sobre a proposta de emprego.

Segundo o advogado do ex-ministro, José Luis Oliveira Lima, a constituição societária do hotel não é algo que diga respeito a seu cliente.

"Por que 400 pessoas podem trabalhar no hotel e o ex-ministro não? Esse hotel é antigo em Brasília, tradicional, mas para alguns parece que foi inaugurado ontem. Juntamos toda a documentação necessária para que meu cliente possa trabalhar e espero a decisão da Justiça", disse.

Conforme a Folha apurou, no STF, a chance de Dirceu ser autorizado pelo juiz Bruno Ribeiro a trabalhar no hotel já era considerada baixa.

Trata-se de um condenado por corrupção, e haveria a possibilidade de contatos com políticos e empresários.

Na opinião de uma pessoa próxima do caso, seria algo "parecido com deixar um alcoólatra em recuperação trabalhando em um bar".

O mesmo raciocínio vale ainda para o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, também preso por corrupção.

Delúbio pleiteia um cargo de R$ 4.500 no "setor de formação" da CUT (Central Única dos Trabalhadores), entidade da qual foi igualmente tesoureiro.

No caso de Dirceu, as dúvidas sobre o hotel e também sobre os negócios do dono do prédio, Paulo de Abreu, enterram as chances de este trabalho ser autorizado.

A decisão oficial sobre o pedido de Dirceu, no entanto, deve levar cerca de um mês para ser dada.


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