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Corregedor é eleito para presidir TJ de São Paulo

José Renato Nalini obteve 70% dos votos e venceu no primeiro turno

Para magistrados mais jovens, resultado do pleito representa uma guinada conservadora no Tribunal de Justiça

FREDERICO VASCONCELOS DAVID LUCENA DE SÃO PAULO

O desembargador José Renato Nalini foi eleito ontem para presidir o Tribunal de Justiça de São Paulo nos próximos dois anos.

Nalini, que é o atual corregedor-geral da Justiça, recebeu 238 votos e obteve apoio de 70% dos 342 desembargadores que votaram, sendo eleito no primeiro turno.

Os desembargadores também elegeram, com 200 votos, Eros Piceli para o cargo de vice-presidente. Hamilton Elliot Akel venceu as eleições para corregedor-geral da Justiça, com 179 votos.

Para os juízes mais jovens, o resultado foi uma guinada conservadora no tribunal. Perderam os candidatos mais afinados com a gestão Sartori, cuja atuação midiática tinha restrições entre desembargadores.

"Isso sinaliza que o Tribunal de Justiça de São Paulo também sabe conciliar a tradição, a antiguidade, a experiência, com a inovação", disse Nalini, que fará 70 anos ao fim do mandato e se aposentará compulsoriamente.

O desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, que já presidiu a Apamagis (Associação Paulista de Magistrados), ficou em segundo lugar, com 76 votos.

O fato de Paulo Dimas ter só 58 anos era visto com ressalva por parte dos desembargadores mais antigos.

Também disputaram a presidência João Carlos Saletti, que obteve 21 votos, e Vanderci Álvares, que ficou com 7.

No fundo, Nalini derrotou dois adversários: Paulo Dimas, que tem boa imagem na magistratura, e o presidente Ivan Sartori, que tinha a máquina do tribunal, o apoio de juízes de primeiro grau (que não votam) e dos servidores.

Mas o maior concorrente do corregedor foi o presidente. Em outubro, Sartori pediu aos possíveis candidatos para "não fazer gestões paralelas no governo ou na Assembleia Legislativa".

Nalini tem diálogo fácil com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com o Executivo e com o Legislativo. Ele terá que aparar arestas deixadas por Sartori com o Ministério Público e a OAB.

O presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, disse esperar que Nalini amplie o diálogo do Judiciário com a própria magistratura, a advocacia e o Ministério Público.

Como corregedor, Nalini conhece bem o Estado e a magistratura. Ele delegou correições para desembargadores, que se sentiram prestigiados.

Para o presidente em exercício da Assojuris (Associação dos Servidores do Poder Judiciário), Carlos Alberto Marcos, a expectativa dos funcionários é que a gestão de Nalini não seja pior do que a de Sartori, que "muito se esforçou para resgatar a confiança dos trabalhadores".

Os juízes dizem que o desafio de Nalini será fazer uma gestão melhor que a de Sartori, que tinha fácil interlocução com os magistrados, se comunicava por e-mail e Facebook, e reuniu uma assessoria considerada eficiente.


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