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Símbolos da corrupção estão soltos, diz ministro

Para chefe da Corregedoria da União, avanço foi maior na esfera federal

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o Brasil hoje vive um momento histórico

DE BRASÍLIA

Ministro responsável pelo combate à corrupção no governo federal, Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) declarou ontem, ao comentar os efeitos pedagógicos do julgamento do mensalão, que "os símbolos" da corrupção no Brasil ainda não foram presos.

O ministro, que participou de solenidade do Dia Mundial de Combate à Corrupção, se recusou a citar os nomes dos "símbolos" das fraudes.

Segundo Hage, os avanços no combate à corrupção foram grandes, mas o país ainda está longe de reduzi-la aos padrões internacionais.

Questionado se a prisão dos condenados no mensalão é um símbolo desse combate, Hage afirmou que ela foi importante porque mostrou que, quando querem, as instituições funcionam.

O ministro, porém, fez uma ressalva: "Na minha opinião, os símbolos da corrupção no Brasil, os emblemáticos, continuam soltos", disse, sem citar nomes.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também esteve no evento e afirmou que o Brasil vive um momento histórico no combate à corrupção devido ao engajamento da sociedade.

"Não podemos ter episódios isolados. O global da atuação contra a corrupção é o que conta e, nesse contexto, esse episódio [mensalão] contribui", afirmou.

A Procuradoria-Geral foi a responsável pela acusação no julgamento do mensalão.

BALANÇO

Em seu discurso, o ministro da CGU citou como avanços nos dez anos de existência do órgão a criação do Portal da Transparência do governo federal, as fiscalizações realizadas em municípios, a demissão de 4.300 servidores federais envolvidos em irregularidades e a Lei de Acesso à Informação.

Segundo ele, o governo federal avançou muito na transparência, tornando-se exemplo mundial, mas não foi acompanhado no mesmo ritmo por Estados e municípios.

Para Hage, o Brasil ainda precisa avançar na melhoria do sistema judiciário e na reforma política --ele defende que o sistema eleitoral impeça doações de empresas. O assunto será analisado amanhã pelo Supremo Tribunal Federal, que discutirá uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil.

Por fim, o ministro exortou o Legislativo a aprovar leis que limitem o direito a recursos judiciais protelatórios.

Segundo ele, com os recursos existentes atualmente, o criminoso de colarinho branco que tiver dinheiro para pagar bons advogados só permitirá que seu julgamento termine em definitivo depois de dez, 15 ou 20 anos. "Isso ocorre muitas vezes com dinheiro obtido da corrupção", afirmou.


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