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Desaparecidos no AM foram mortos por índios, afirma PF

Cinco indígenas estão detidos; Funai diz que não teve acesso a inquérito

Polícia concluiu que dois homens foram mortos a tiros e um foi degolado; cadáveres não foram localizados

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO VELHO

A Polícia Federal responsabilizou índios tenharim da região de Humaitá (AM) pela morte, dentro de aldeia da etnia, de três homens desaparecidos desde o mês passado.

Na primeira confirmação oficial sobre a morte dos desaparecidos, a PF afirmou ontem que os índios ocultaram os cadáveres --que não foram localizados. Cinco índios estavam presos ontem em Porto Velho sob suspeita de participação nos homicídios.

"As conclusões da investigação apontam para a ocorrência de homicídio praticado pelos presos dentro de uma das aldeias e posterior ocultação dos cadáveres. Os corpos ainda não foram localizados", informou a PF em nota divulgada ontem.

Entre os detidos estão o cacique Domiceno Tenharim e dois filhos do cacique Ivan Tenharim --cuja morte, no início de dezembro, teria desencadeado a vingança dos índios, o que eles negam.

O professor Stef de Souza, o funcionário da Eletrobras Aldeney Salvador e o representante comercial Luciano Ferreira percorriam a Transamazônica quando desapareceram, em 16 de dezembro.

Os desaparecimentos desencadearam violentos protestos em Humaitá no fim de dezembro. Moradores atearam fogo à sede da Funai e destruíram veículos e barcos que transportavam índios.

Parentes de Stef de Souza que estiveram ontem na PF em Porto Velho em busca de informações disseram ter recebido detalhes da apuração.

Segundo o irmão de Stef de Souza, a PF concluiu que dois homens foram mortos a tiros, e que um foi degolado.

"O delegado [Alexandre Alves] disse que meu irmão e o Luciano morreram atingidos por tiros. O Aldeney saiu do carro e apresentou o crachá da Eletrobras, até porque era conhecido dos índios, mas foi obrigado a se ajoelhar e acabou degolado", afirmou Stefanon Pinheiro de Souza.

Em nota, a Funai disse que não teve acesso ao inquérito policial e que "desconhece as razões pelas quais as ordens de prisão foram expedidas".

A entidade informou ainda que monitora a situação e que os indígenas contam com assessoria jurídica.

A Folha não conseguiu localizar o advogado da Associação Indígena Tenharim, Ricardo Albuquerque.


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