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Senadores pedem reembolso por gasto de até R$ 230 mil

Casa disponibiliza entre R$ 21 mil e R$ 44 mil ao mês por parlamentar

Jader diz que criação e manutenção de site custou R$ 185 mil; empresas fazem o mesmo por R$ 10 mil

RANIER BRAGON (MÁRCIO FALCÃO) GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA

O Senado destinou, no ano passado, R$ 23,2 milhões para reembolsar os 81 senadores por gastos relacionados à atividade parlamentar, em uma lista que abrange quantias próximas a R$ 200 mil para despesas com consultorias, segurança e divulgação de seus atos.

Em uma forte discrepância com o valor médio declarado pelos colegas, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), por exemplo, obteve R$ 185 mil a título de gasto para criação e manutenção de seu site. Entre os senadores que detalharam despesas com a mesma rubrica, a média de reembolso foi de menos de R$ 15 mil.

A Folha encomendou a empresas de São Paulo e do Distrito Federal orçamento para criação e manutenção de site similar e nenhuma enviou proposta superior a R$ 10 mil ao ano.

O senador do Pará, também discrepando dos valores médios apresentados pelos outros colegas, declarou gasto de R$ 194 mil com consultoria para "assistência técnica especializada à elaboração de estudos de caráter analítico e descritivo sobre a situação atual do desenvolvimento à luz da sustentabilidades nas regiões de integração do Estado do Pará".

Nem a assessoria do senador nem a empresa contratada para a manutenção do site --CGICOM (nome fantasia "Agência Ecco", de São Bernardo do Campo)-- se manifestaram. A Folha não conseguiu localizar a empresa de consultoria, a K J Carrera Ramos (nome fantasia "Carrera Ramos Organizacional").

Com o objetivo de ressarcir gastos com atividades relacionadas ao mandato, o chamado "cotão" do Senado reserva a cada congressista entre R$ 21 mil e R$ 44 mil ao mês, dependendo do Estado.

Os dados mostram que Sérgio Petecão (PSD-AC) foi o campeão de gastos com informativos impressos, geralmente usados pelos congressistas para distribuição em seus redutos políticos.

Pré-candidato ao governo do Acre, ele declarou ter usado R$ 204 mil em três jornais de quatro páginas cada um.

Com o valor, seria possível confeccionar na empresa contratada por Petecão --Adesigraff, de Brasília-- cerca de 480 mil cópias de jornal similar, número que supera em mais de 70 mil os eleitores do Acre que compareceram às urnas em 2012.

Na semana passada, a reportagem tentou conseguir uma cópia do informativo no gabinete, mas assessores disseram que não havia nenhum disponível. Petecão também não respondeu aos questionamentos da Folha.

Outro campeão de gastos é Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que diz ter usado R$ 230 mil em segurança privada. Como ex-presidente, ele já tem à sua disposição quatro militares para esse fim. Collor e a empresa também não se manifestaram.

Informalmente, servidores do Senado disseram que ele utiliza a verba para garantir a segurança da Casa da Dinda, sua residência particular, que fica em uma das áreas nobres de Brasília.

As duas maiores notas de gasto apresentadas por Gim Argello (PTB-DF), que somaram R$ 78 mil, são com a CTIS, mesma empresa com a qual ele é acusado de provocar prejuízo de R$ 1,9 milhão aos cofres públicos quando era presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

A assessoria disse que a despesa foi motivada pela produção de cartão de Natal e de informativo.

Entre as maiores notas apresentadas ao Senado está uma de R$ 50 mil de Cícero Lucena (PSDB-PB), para pesquisa de opinião em seu Estado, em dezembro. Tanto a empresa quanto o senador refutaram cunho eleitoral, mas se negaram a passar cópia da pesquisa à Folha.

Quem mais utilizou em 2013 o "cotão" foi Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), com despesas pulverizadas.


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