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Assessor de Haddad é investigado por cartel

Corregedoria apura se secretário Osvaldo Spuri sumiu com papéis sobre preços em uma licitação da CPTM de 1998

Spuri diz que enviou os documentos da licitação em 2003 ao arquivo da CPTM, em Presidente Altino

FLÁVIO FERREIRA MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

Um secretário do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), está sob investigação sob suspeita de ligações com o cartel que atuava no Metrô e na CPTM.

O engenheiro Osvaldo Spuri, que ocupa a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras da prefeitura, é um dos suspeitos de ter desaparecido com parte dos documentos de uma licitação da CPTM em que houve atuação do cartel, segundo a Siemens, que denunciou o conluio.

Sumiram os papéis sobre como são formados os preços. Sem esses documentos, não dá para saber como a CPTM chegou ao preço final.

Ele está sob investigação da Corregedoria-Geral da Administração, órgão do governo do Estado que apura eventuais desvios de funcionários públicos nas licitações em que a Siemens diz ter havido acerto entre as empresas.

A Corregedoria descobriu o sumiço dos papéis sobre preços depois de ter sido questionada por entidades que acompanham a investigação, como a Transparência Brasil, sobre o método usado pelo Metrô e pela CPTM para chegar aos valores que aparecem na licitação.

Em 1998, durante o governo de Mário Covas (PSDB), Spuri foi o presidente da comissão de licitação para o fornecimento de sistemas para a linha 5 da CPTM, que liga o Largo 13 ao Capão Redondo, na zona sul, que depois seria transferida para o Metrô. Ele era o responsável pela guarda da documentação.

A obra custou R$ 835 milhões em 2000 (o equivalente hoje a R$ 2,3 bilhões) e é citada pela Siemens como a primeira licitação em que houve acordo entre as empresas.

A licitação foi vencida pelo consórcio Sistrem, formado por quase todos os grandes fornecedores do Metrô: Siemens, Alstom, DaimlerChrysler, CAF. Depois o Sistrem subcontratou Mitsui e TTrans.

Segundo a Siemens, as empresas entraram na fase de pré-qualificação separadamente e depois se acertaram para elevar o ganho de cada uma delas. O acerto, ainda segundo a multinacional alemã, previa a formação de um consórcio único que subcontrataria as outras empresas.

Spuri é um tucano que faz parte da cota pessoal de Haddad no seu secretariado. Ele trabalhou na CPTM entre 1995 e 2003, nos governos de Covas e Geraldo Alckmin (PSDB). Voltou em 2007 e ficou até 2010, na gestão do também tucano José Serra.

OUTRO LADO

Spuri disse em nota à Folha que encaminhou os documentos da licitação em 2003 para o arquivo da CPTM, em Presidente Altino. Ele afirma que já esteve duas vezes na Corregedoria para prestar esclarecimentos e jamais foi questionado sobre o sumiço dos papéis sobre preços.

Segundo Spuri, todos os papéis importantes da licitação foram encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento.


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