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Procurador pede 22 anos de prisão para deputado tucano

Eduardo Azeredo é acusado de participação no mensalão do PSDB em MG

Janot também quer pagamento de multa de mais de R$ 2,2 mi pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro

MATHEUS LEITÃO MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA

A Procuradoria-Geral da República pediu ontem ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) seja condenado a 22 anos de prisão e ao pagamento de multa de mais de R$ 2,2 milhões por sua participação no mensalão tucano.

Assinada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a petição recomenda a condenação de Azeredo pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro.

Para o Ministério Público Federal, Azeredo participou do esquema de desvio de dinheiro público em sua campanha à reeleição para o governo de Minas, em 1998.

De acordo com a acusação, foram desviados sob forma de patrocínio de eventos esportivos cerca de R$ 3,5 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões em valores atuais) do banco estatal Bemge e das empresas públicas Comig e Copasa.

O caso teve, segundo os investigadores, a participação de Marcos Valério de Souza. O empresário teria feito empréstimos fraudulentos para justificar o uso do dinheiro na campanha do PSDB, um esquema semelhante ao usado no mensalão do PT, caso que levou à condenação de Valério no STF.

Em 84 páginas, Janot afirma que o esquema tucano "foi executado com bastante sofisticação". Agora, o ministro do STF Luís Roberto Barroso vai abrir prazo para Azeredo apresentar as alegações finais da defesa. Caberá ao ministro decidir como e quando encaminhar o caso ao plenário da corte.

Para o Ministério Público Federal está demonstrado que "tanto o desvio de recursos públicos do Estado de Minas quanto a lavagem desses capitais tiveram participação direta, efetiva, intensa e decisiva de Azeredo".

Janot compara a atuação de Azeredo com a do ex-ministro José Dirceu, preso desde novembro passado pelo mensalão petista. Para o procurador-geral, os dois ocupavam "posição equivalente em ambos esquemas".

Pouco antes da comparação, Janot afirmou que Azeredo dirigiu "diversas pessoas, mas cuidou de se preservar, nunca se pondo ostensivamente à frente do esquema e permanecendo sempre em segundo plano, em clara tentativa de ocultar sua participação nos delitos". Durante o processo do mensalão petista, essa foi uma das acusações feitas a Dirceu.

Pelo tempo de andamento do processo, a Justiça de Minas já confirmou a prescrição das acusações contra o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que à época coordenou a campanha de Azeredo.

No STF, existem ao menos dois processos sobre o suposto desvio de recursos públicos em Minas. Um contra Azeredo e o segundo contra o senador Clésio Andrade (PMDB-MG), então candidato a vice na chapa de Azeredo. Outros processos sobre o caso estão em andamento em instâncias inferiores da Justiça mineira.


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