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5 pistas até Pizzolato

Ex-diretor do BB passou 6 anos planejando fuga, mas deixou rastros que ajudaram a PF a achá-lo

FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA

A fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato consumiu ao menos seis anos de planejamento, mas garantiu a liberdade dele por apenas 83 dias. Ele fracassou porque cometeu ao menos cinco erros, na avaliação de investigadores da Polícia Federal. Esses "tropeços" permitiram sua prisão na última quarta.

O maior equívoco foi achar que seus passos não tinham ficado registrados. "Todo mundo é rastreável'. O mundo é uma teia e, hoje, é praticamente impossível se esconder porque quase tudo fica registrado", diz o delegado da PF Luiz Cravo Dórea.

1) ASSUMIU A IDENTIDADE DO IRMÃO MORTO
Apesar de ter sido forçado a entregar seus passaportes à Justiça, Henrique Pizzolato poderia ter entrado com o RG em qualquer país do Mercosul. Poderia ainda ter tentado uma 2ª via do passaporte ou uma autorização de viagem. Mas Pizzolato preferiu assumir a identidade do irmão Celso, morto em 1978. Tirou um RG apresentando uma certidão de nascimento do irmão, um CPF e um título de eleitor. Com isso obteve um passaporte brasileiro e outro italiano. Foi com o passaporte italiano de "Celso" que ele entrou na Europa. Ao cometer falsidade ideológica, infringiu leis de Brasil e Itália, o que lhe renderá ações nos dois países

2) ESCOLHA DA ARGENTINA PARA FUGIR
Pizzolato escolheu atravessar a fronteira de um país que coleta digitais e registra foto de todos os estrangeiros que entram e saem de seu território.Mesmo usando o passaporte italiano em nome do irmão, ao passar pela Argentina ele deixou a principal prova de que "Celso" era, na verdade, Henrique Pizzolato. Em países como o Paraguai, por exemplo, o controle de imigração nos dois lados da fronteira com o Brasil é notoriamente precário

3) USO DE CARRO PRÓPRIO PARA VISITAR PARENTE
O carro em nome de Andrea foi localizado na Itália na porta da casa onde vive Fernando Grando, sobrinho de Pizzolato. A PF já estava acompanhando a rede de proteção de Pizzolato, composta de parentes e amigos. Pizzolato e a mulher estavam vivendo em outra cidade italiana, mas foram visitar o parente. Foi aí que a polícia o prendeu

4) O CARRO COMPRADO PELA MULHER
Segundo a Polícia Federal, Andrea Eunice Haas não apenas providenciou a passagem de avião de Pizzolato de Buenos Aires para Barcelona como estava na Espanha antes da fuga do marido. Ela comprou e registrou em Málaga um Fiat Punto vermelho --que foi facilmente rastreado pelas autoridades espanholas

5) OUTROS DESCUIDOS DURANTE A FUGA
Apesar de ter planejado a fuga, Pizzolato não tomou cuidados básicos, deixando digitais no instituto de identificação no interior de Santa Catarina (quando tirou o RG em nome de Celso) e na Argentina. Como tem dupla cidadania, a PF avalia que ele não seria rastreado tão facilmente e que teria apoio do governo da Itália para não ser extraditado


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