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Petista divide cela de 9 metros com italiano

Após visitar marido, detido na prisão em Modena, mulher critica a imprensa brasileira

GRACILIANO ROCHA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MODENA (ITÁLIA)

Enquanto aguarda para responder a ação que pode resultar na sua extradição para o Brasil, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato está vivendo em uma cela de nove metros quadrados, compartilhada com outro preso italiano.

Embora integrantes da polícia afirmem que Pizzolato é só mais um preso, o ex-diretor do Banco do Brasil é célebre entre os demais detentos, já que sua prisão, na quarta passada, foi noticiada pela imprensa local.

O presídio de Sant'Anna, em Modena, tem hoje cerca de 550 presos, o dobro do que o previsto em seu projeto, mas ainda dentro dos limites estabelecidos pela Corte Europeia de Direitos Humanos, de quatro metros quadrados por preso. Todas as celas têm sanitário e ducha.

Cerca de 70% dos prisioneiros são imigrantes, principalmente do norte da África. A maioria cumpre pena ou está respondendo a processos por tráfico de drogas.

Pizzolato, que tem dupla cidadania e fala italiano, está em um setor do presídio onde estão os detentos nascidos no país.

Sua rotina inclui dois banhos de sol por dia, num total de quatro horas no pátio.

O sinal de celular é bloqueado, mas Pizzolato poderá usar um telefone público, por dez minutos por semana.

Ontem, a mulher de Pizzolato, Andrea Eunice Haas, o visitou pela tarde, depois de tentativa mal sucedida pela manhã. Ao entrar, teve de se submeter a uma revista e as sacolas que levava para o marido passaram por um equipamento de raio-x.

Ela ficou com Pizzolato por duas horas. Detentos podem receber um total de seis horas de visitas por mês. Não é permitida a visita íntima.

Na saída da visita, Haas disse que a imprensa não considera os argumentos da defesa de seu marido e criticou em especial a Rede Globo.

Dirigindo-se a uma repórter da TV, ela disse que a emissora recebera R$ 5 milhões do fundo Visanet, o mesmo que abasteceu contas do esquema do mensalão.

Emissoras afiliadas à Globo e outros meios de comunicação receberam dinheiro do fundo Visanet por veicular campanhas publicitárias do Banco do Brasil, mas o STF concluiu que os recursos liberados com autorização de Pizzolato foram desviados para o esquema do mensalão.

Haas subiu o tom de voz no final de sua fala: "Ele [Pizzolato] está preso e vocês da Globo estão devendo dinheiro público. Não pagaram imposto. Isso é uma vergonha".

A Globo questiona uma autuação de R$ 713 milhões aplicada pela Receita Federal em 2009, por supostas irregularidades no pagamento do Imposto de Renda.


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