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Ministros do STF não deveriam fazer política, afirma Lula

'Se quer fazer política, entre num partido político e seja candidato', disse ex-presidente, sem citar nomes

Em evento com líderes do agronegócio, petista manifestou solidariedade aos presos do mensalão

MARINA DIAS JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão. O discurso foi feito ontem, durante evento organizado pelo PT junto a líderes do agronegócio em Ribeirão Preto.

"O papel do ministro da Suprema Corte é falar nos autos do processo e não ficar falando para a televisão o que ele pensa. Se quer fazer política, entre num partido político e seja candidato", afirmou o ex-presidente, sem citar nomes.

Lula, que indicou quatro dos 11 ministros do STF, disse que eles não deveriam usar o cargo para fazer política.

"Quando você indica alguém [para o STF], você está dando um emprego vitalício. O cidadão, se quiser fazer política, que diga: Não aceito ser ministro, vou ser deputado, vou entrar num partido político e mostrar a cara'", disse.

Sem mencionar José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, presos desde novembro passado, Lula disse que o PT "está sofrendo pois tem companheiros presos" e que se solidariza com todos eles.

"Tenho que pagar se tiver prova contra mim, a Marta [Suplicy] tem que pagar e cada um de vocês tem que pagar porque foi o nosso partido que não deixou sujeira debaixo do tapete. O que vale para nós tem que valer para todos", declarou o ex-presidente.

A Procuradoria-Geral da República pediu ontem ao STF que o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), seja condenado a 22 anos de prisão e pagamento de multa de R$ 2,2 milhões por participação no suposto esquema de corrupção em sua campanha à reeleição, em 1998.

Antes do discurso de Lula, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, pediu "julgamento justo" e "direito a ampla defesa" ao adversário tucano.

"BICO DE PREDADOR"

O evento para cerca de 1.500 pessoas se tornou espécie de lançamento oficial da pré-campanha de Alexandre Padilha ao governo paulista.

Padrinho político do ex-ministro, Lula falou pouco de Padilha em seu discurso e disse que a campanha não será fácil. "Os tucanos não brincam em serviço, porque ninguém tem um bico daquele tamanho à toa. É bico de um bicho predador, de comedor de filhotinho", disse o ex-presidente.

Lula foi o convidado de honra do empresário Maurílio Biagi, filiado recentemente ao PR e cotado para assumir a vaga de vice-governador na chapa de Padilha.

No evento, um grupo de militantes ligado à corrente O Trabalho, mais à esquerda do PT, levou faixa em que se lia "usineiro de vice não", contra a indicação do empresário.

Com discurso de candidato e recorrendo a metáforas de futebol, predileção de Lula, Padilha afirmou que a ocasião marcava o dia em que "um time iria entrar em campo para o campeonato mais duro".

O ex-ministro ampliou as críticas feitas ao PSDB nos dois primeiros dias de caravana pelo interior do Estado e disse que "tucano tem voo lento e não voa alto".

Diante da militância Lula brincou com o fato de os dirigentes petistas falarem que a campanha ao governo paulista ainda não começou. "Padilha está com tesão demais, com brilho nos olhos de quem quer ganhar as eleições."


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