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Réu do mensalão tucano rompe com PSDB

Empresa de jornalista enviou carta à direção do partido pedindo encerramento de contrato que mantinha desde 2009

Procuradoria diz que Eduardo Guedes, um dos conselheiros de Aécio, assinou repasse de verbas desviadas

GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA

A empresa Pensar Comunicação Planejada pediu ontem o encerramento do contrato que mantém com o PSDB desde 2009.

O pedido veio após reportagem da Folha revelar que a empresa tem como um de seus sócios o jornalista Eduardo Guedes, réu no processo do mensalão tucano.

Eduardo presta serviços de comunicação ao presidente nacional do partido e provável candidato à Presidência, senador Aécio Neves.

Em carta enviada ao comando nacional do PSDB, o presidente da empresa, Ivan Manso Guedes, diz que o rompimento do contrato tem como objetivo evitar "constrangimentos" à direção tucana.

"A nossa decisão decorre da constatação das notórias tentativas de utilizar fato ocorrido há 15 anos atrás, em Minas Gerais, ainda sob o exame da Justiça --portanto sem nenhuma conclusão-- [...] com claro intuito de criar indevidas suspeições e injustos constrangimentos à direção do partido", diz a carta.

Ivan Guedes também diz que Eduardo Guedes, que é seu irmão, "aguarda a oportunidade de apresentar sua defesa" e está confiante de que será absolvido.

O jornalista atua nos bastidores e na etapa inicial da campanha presidencial de Aécio como um de seus mais próximos conselheiros.

Anteontem, a assessoria do presidenciável mineiro disse que não há decisão judicial contra o jornalista e acrescentou que ele presta serviços para o PSDB desde 2009, antes, portanto, de Aécio assumir a presidência da sigla.

ACUSAÇÃO

Na peça em que pede a condenação do ex-governador de Minas e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB) a 22 anos de prisão, a Procuradoria-Geral da República diz que Guedes determinou a três órgãos estaduais que dessem R$ 3,5 milhões (R$ 9 milhões nos valores de hoje) à SMP&B para patrocínio de evento esportivo.

À época, ele era secretário-adjunto de Comunicação do governo mineiro. O valor, segundo a Procuradoria, acabou sendo desviado para alimentar a campanha à reeleição de Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. O ex-governador nega participação nos desvios.

Segundo a Procuradoria, o esquema foi operado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, da SMP&B, que fez empréstimos fraudulentos para dificultar a identificação dos recursos públicos desviados.

Esquema semelhante foi usado por Valério, anos depois, no mensalão do PT, que resultou em sua condenação pelo STF e posterior prisão em 2013 na Papuda, em Brasília.


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