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Até festa em Paris é 'álibi' para ausência em cassação

Nenhum deputado apoiou Donadon, mas 42 deixaram de votar na sessão

Preso desde junho na Papuda, congressista foi o 1º parlamentar a perder o mandato em votação aberta

(MÁRCIO FALCÃO) RANIER BRAGON DE BRASÍLIA

Compromissos inadiáveis nos Estados, problemas de saúde e até uma festa de aniversário em Paris foram as justificativas dos deputados federais que deixaram de votar anteontem na sessão da Câmara dos deputados que cassou o mandato de Natan Donadon (ex-PMDB-RO).

Preso há quase oito meses por desvio de recursos públicos, o ex-peemedebista perdeu o mandato com o apoio de 467 deputados (210 a mais que o mínimo necessário).

Nenhum votou para absolvê-lo, mas 42 deputados não apareceram (outros dois estão licenciados) e poderiam ter beneficiado Donadon se o placar tivesse sido apertado.

Essa foi a primeira vez que o Congresso analisou a perda de mandato de um parlamentar em votação aberta. Em agosto de 2013, quando a votação era secreta, Donadon escapou da cassação com o apoio de 131 deputados.

Anteontem, o temor de perder um voo para Paris, onde irá comemorar seu aniversário de 63 anos hoje, fez o deputado Vilmar Rocha (PSD-GO) deixar a Câmara mais cedo. Segundo sua assessoria, ele ficou preocupado com o tumulto no trânsito provocado por um protesto do MST.

Dos que registraram presença em alguma hora do dia na Câmara, mas acabaram não votando, oito alegaram compromissos no Estado: Zequinha Marinho (PSC-PA), Mario Negromonte (PP-BA), Júnior Coimbra (PMDB-TO), Genecias Noronha (SDD-CE), Manoel Júnior (PMDB-PB), Lael Varella (DEM-MG), Magda Mofatto (PLR-GO) e Welignton Roberto (PR-PB).

Varella disse ter deixado Brasília no início da tarde para um compromisso em Belo Horizonte e não conseguiu voltar a tempo: "Eu tenho muita responsabilidade e sei bem que tinha que cassar o Donadon. Mas eu tive esse compromisso e quando voltei para a Câmara a votação já tinha sido encerrada".

Já Paes Landim (PTB-PI) disse que não votou em protesto. "Foi um sinal de protesto. Se o Supremo condenou, mandou prender, eu vou julgar o Supremo? Não. Se mandou prender não tem mais mandato. Essa votação é um desrespeito ao Judiciário."

Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que responde ao processo do mensalão tucano no STF, argumentou que deixou a Casa no início da tarde porque ainda se recupera de uma crise de pressão alta.

Entre os que alegaram problemas de saúde estão Colbert Martins (PMDB-BA), Abelardo Camarinha (PSB-SP) e Devanir Ribeiro (PT-SP). Este se negou a dizer como votaria: "Como não votei, meu voto continua secreto".


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