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Procuradoria acusa 6 agentes da ditadura por atentado no Riocentro
Generais Nilton Cerqueira e Newton Cruz estão entre os denunciados pela explosão
Generais Newton Cruz, Nilton Cerqueira e Edson de Sá Rocha estão entre os denunciados pelos procuradores
O Ministério Público Federal denunciou seis agentes da ditadura militar por suspeita de participação no atentado do Riocentro, em 1981. Esta é a terceira investigação do caso. Em 33 anos, ninguém foi preso ou condenado.
Os procuradores dizem ter localizado novas provas que justificariam a abertura de uma ação penal. Eles sustentam que os crimes não devem ser considerados prescritos porque ocorreram num contexto de lesa-humanidade.
O atentado foi tramado pela linha-dura para causar pânico em um show que reuniu cerca de 20 mil pessoas no Rio. O plano deu errado, e uma bomba explodiu no colo do sargento Guilherme do Rosário, que morreu no local.
A intenção era culpar grupos de esquerda pelo tumulto e pressionar o regime a abortar a abertura política.
Os generais reformados Nilton Cerqueira e Newton Cruz, o coronel reformado Wilson Machado e o ex-delegado Cláudio Guerra foram denunciados por suspeita de tentativa de homicídio, associação criminosa armada e transporte de explosivo.
O Ministério Público pede que eles sejam condenados a penas de ao menos 36 anos de prisão. Segundo os procuradores, Newton Cruz admitiu em depoimento que soube previamente do atentado: "Ele tinha o dever de intervir, mas não fez nada", disse o procurador Antonio Cabral.
Além dos quatro, foram denunciados ainda o general reformado Edson de Sá Rocha e o major reformado Divany Carvalho Barros. Os seis acusados não foram localizados ontem.