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Outro lado

Ex-diretores da EPTE negam ter recebido propina

DE SÃO PAULO

Os ex-diretores da estatal EPTE Celso Sebastião Cerchiari e José Sidnei Colombo Martini negam o recebimento de propina da Alstom. Os consultores denunciados pelo Ministério Público afirmam que não foram intermediários de pagamento de suborno.

As defesas de Cerchiari e Martini afirmam que eles não trabalhavam na estatal quando o contrato de R$ 181,3 milhões com a Alstom foi assinado, em 1998.

Eles só assinaram um contrato de extensão de garantia dos equipamentos vendidos pela multinacional, em 2001, no valor de R$ 4,8 milhões.

Pedro Ivo Iokoi, advogado de Cerchiari, diz que provará que seu cliente não recebeu propinas por meio da abertura "ampla e irrestrita" do sigilo bancário e fiscal do acusado. O advogado de Martini, Carlo Frederico Müller, afirma que o ex-diretor da EPTE nunca recebeu valores de fornecedores da estatal.

O consultor Romeu Pinto Jr., acusado de intermediar propina, disse à Folha que "essas acusações não têm fundamento. Vou provar que todas as suspeitas contra mim são absurdas".

O engenheiro Jean Pierre Courtadon diz que prestou consultoria de fato. Ele diz ter trabalhado por dois anos e recebeu 0,6% do valor do contrato. Com esse percentual, seria "ridículo" imaginar que havia margem para suborno.

A advogada Dora Cavalcanti, que defende Sabino Indelicato, acusado de repassar propina a Robson Marinho, diz que as transferências entre as contas deles referem-se a negócios imobiliários. "Era um relacionamento societário lícito", afirma.

Segundo ela, Indelicato deveria estar sendo investigado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), assim como Marinho, e não pela Justiça de primeira instância. "Não há como tratar o mesmo fato em duas instâncias, e é impossível falar de Sabino sem falar de Marinho."

O advogado de Marinho, Celso Vilardi, diz que não teve acesso ao processo nem à documentação enviada pelas autoridades suíças. Segundo ele, Marinho não julgou o aditivo em que houve pagamento de suborno, mas só uma extensão de garantia para os equipamentos fabricados pela Alstom na França.

Os advogados de Jonio Foigel, José Geraldo Villas Boas e Jorge Fagali Neto não ligaram de volta para a reportagem. A Folha não conseguiu localizar Thierry Lopes, Daniel Huet e Claudio Mendes.

A Alstom não comentou as acusações de que pagou propina para obter o contrato da Eletropaulo e da EPTE.

Em nota, a multinacional diz que implementou um código de ética ao qual todos os funcionários têm de aderir.


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