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Novo cardeal é 'comunicador antenado', diz teólogo

BRUNO BENEVIDES DE SÃO PAULO

O novo cardeal da Igreja Católica, o brasileiro dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio, é um "comunicador antenado", que gosta de "subir morro com bandido ou sem bandido".

A definição foi dada pelo teólogo Fernando Altemeyer Junior, professor da PUC de São Paulo. Em entrevista à Folha, ele disse ainda que a escolha de dom Orani e de outros cardeais não europeus mostra uma tendência do papado de Francisco.

Leia trechos da entrevista.

Folha - Qual o poder de um cardeal hoje?

Fernando Altemeyer Junior - Primeiro tem uma referência simbólica de ser o responsável por uma igreja de Roma. Por isso ele chama cardeal, ele está nos pontos cardeais de Roma para ajudar o bispo de Roma [o papa] a governar, foi assim que nasceu isso.

Do ponto de vista institucional, o cardeal é um dos participantes do Conclave e dos consistórios. E em terceiro lugar, em geral o papa designa o cardeal para participar ao menos uma das prefeituras ou dicastéreos romanos, as organizações que cuidam da igreja mundial. Alguns ficam lá em Roma. E outros, como o dom Orani, que já é arcebispo de uma diocese gigante, vai de vez quando para lá para participar de uma das comissões a que foi nomeado.

Os novos cardeais já devem ser indicados para essas comissões?

Todos esses 16 novos cardeais, é possível que o Francisco já designe, para cada um deles, uma colocação nas comissões. Talvez coloque dom Orani, e isso é um chute meu, naquele setor dos leigos que cuide dos jovens, porque ele organizou a Jornada [Mundial da Juventude].

A lista de novos cardeais tem muitos não europeus. Isso é uma tendência do papa Francisco?

Certamente. Ano que vem, quando ele fizer isso de novo, ele vai colocar de novo outros de todos os cantos do mundo e reduzir o tamanho da Europa, porque é desproporcional. Como ele veio do fim do mundo, ele vai levar gente do fim do mundo.

Como o senhor definiria dom Orani?

É um comunicador, muito antenado. Usa redes sociais, televisão, Facebook... É um grande comunicador desde que era monge, antes de ser bispo. Fez um trabalho de comunicação importante quando esteve no Pará. E no Rio de Janeiro, ele gosta de subir o morro, encontrar as pessoas. Sobe mesmo onde não há UPP, com bandido ou sem bandido, ele vai lá. Acho que isso define muito bem o que é ele, um grande comunicador, interessado em falar com as pessoas.

O que será discutido no consistério?

Será quentíssimo, porque o papa Francisco vai tentar fazer uma reforma de toda a estrutura da Santa Sé e da Cúria Romana. E ainda vai trabalhar o tema da família, que é o próximo Sínodo, que está na porta. É aquele que o papa mandou um pedido de perguntas, 30 e tantas, para o planeta falar sobre isso.


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