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Mensalão as prisões
Jefferson só irá para a cadeia amanhã
Barbosa decretou prisão na sexta-feira, mas, por questões burocráticas, mandado não sairá no fim de semana
Em Levy Gasparian (RJ), ele ironizou agentes da PF que estão de plantão na frente da porta de sua casa
Pronto para ser preso, segundo ele mesmo, desde as 5h30 de ontem, o ex-deputado federal Roberto Jefferson ironizou os agentes da Polícia Federal que estão de plantão na porta de sua casa, em Levy Gasparian, a 150 quilômetros do Rio.
"A hora que a ordem de prisão chegar, vocês podem imprimir aqui em casa e eu vou com vocês para o Rio", disse, por volta das 6h45, aos quatro policiais que chegaram em sua casa pouco depois da meia-noite de sábado.
A prisão do delator do mensalão foi decretada pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, sexta-feira à noite. Mas, por questões burocráticas, o mandado, de acordo com a Polícia Federal, só deve chegar amanhã de manhã. Com isso, Jefferson "ganhou" mais um fim de semana em liberdade.
O plantão da PF na porta da casa do petebista será mantido até segunda. Até a conclusão dessa edição, Jefferson tinha aparecido três vezes na sacada de sua casa para perguntar aos policiais se o mandado tinha chegado.
"Eu não posso me apresentar sem ordem de prisão", disse aos jornalistas que estão de plantão na sua porta.
Jefferson está acompanhado por sua mulher, Ana Lucia, a filha Cristiane Brasil, secretária municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida da prefeitura do Rio, dois outros filhos e um genro. Disse que ficou conversando com a família até 1h30. Levantou-se às 5h30 e aprontou-se para ser preso.
Por volta das 10h, ele recebeu seu médico. "Eu só posso levar minha medicação para prisão com receituário. Foi a própria PF que me informou isso", disse.
Roberto Jefferson foi condenado no processo do mensalão a sete anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele era presidente do PTB quando delatou o esquema de compra de parlamentares em 2005.
Recuperando-se de um câncer no pâncreas, Jefferson aguarda sua prisão desde novembro. Seus advogados pediram que, por questões de saúde, ele cumprisse prisão domiciliar. Mas laudo médico pedido pelo STF avaliou que não havia necessidade.
O ex-deputado é o vigésimo dos 25 condenados no processo a ter a prisão decretada --os outros cinco tiveram a pena convertida em restrição de direitos, multas ou ainda têm recursos a ser analisados.
