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FHC critica PT e pede fim dos 'encastelados' no poder

Tucano diz que PSDB também governa 'há muito tempo' em alguns lugares

Em comemoração pelos 20 anos do Plano Real, Aécio responsabilizou petistas por 'retrocesso' econômico; PT rebateu

DE BRASÍLIA

Em evento de comemoração dos 20 anos do Plano Real, o pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso direcionaram ataques à política econômica do governo federal e defenderam o fim dos "encastelados" no poder.

A crítica, feita em referência aos mais de 11 anos da gestão petista, também resvalou indiretamente, como lembrou o próprio FHC, nos mais de 19 anos de administração do PSDB em São Paulo.

"Já está passando da hora. Há momentos em que é preciso renovar. A democracia requer sempre renovação, o que, às vezes, é duro, porque a renovação vai contra nós próprios que estamos no poder, em alguns lugares, há muito tempo. É preciso que haja o outro lado (...) senão fica tudo tão encastelado que não muda", discursou FHC, a principal figura da solenidade, realizada no Senado.

O ex-presidente (1995-2002) foi o ministro da Fazenda que chefiou a elaboração do Real em 1994, no governo de Itamar Franco (1992-1994). O plano econômico colocou fim à escalada inflacionária dos anos anteriores.

Responsável por um governo que ficou relativamente escondido e foi pouco defendido, segundo alguns tucanos, nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, FHC agora ressurge como um dos principais conselheiros de Aécio.

Ontem, FHC frisou a necessidade de "novos ventos" devido à "fadiga de material" dos petistas no poder. Segundo o ex-presidente, o governo se esconde atrás de propaganda e não encara a realidade. Embora não tenha citado em seu discurso os escândalos do mensalão, que atingem tanto PT quanto PSDB, frisou que todos têm que ser iguais "pelo menos diante da lei".

Em discurso lido, Aécio acusou o governo de levar o país a um "retrocesso" --"de tijolo sólido, viramos hoje frágil economia"-- e o PT de ter sempre trabalhado contra o Real. "A nova moeda entrou em circulação sob o agouro de pescadores de águas turvas que o classificavam de estelionato eleitoral."

Sobraram críticas também para o ex-presidente Lula, que ontem teve artigo publicado no jornal "Valor Econômico" em que exalta os mais de 11 anos da gestão petista.

"Ele disse que a inflação de 2002 era de 12% e agora é de 6%, só que em 2002 [último ano da gestão tucana] a inflação era dele, era o medo do Lula", afirmou FHC.

O evento contou com a presença da maioria dos caciques tucanos, além de alguns dos formuladores do Real, como Gustavo Franco e Edmar Bacha. Candidato à Presidência Presidência pelo PSDB em 2002 e 2010, o ex-governador José Serra não foi sob o argumento de que tinha compromissos em São Paulo.

O presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) foi representado pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Após o evento, petistas foram à tribuna rebater as críticas. A ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que o PT salvou o Plano Real do naufrágio e que não era papel da sigla em 1994 apoiar projetos do governo.

Ao relembrar as resistências ao plano, FHC citou não só o PT, mas também colegas de ministério. "Cheguei até a pedir demissão porque havia tanta resistência de ministros que não entendiam o processo, mas o presidente Itamar foi firme." (RANIER BRAGON E GABRIELA GUERREIRO)


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